Caso Dom e Bruno: sobe para oito o número de suspeitos de assassinar jornalista e indigenista no Amazonas
Dom Phillips e Bruno Pereira foram mortos no Vale do Javari, no Amazonas. Até então, apenas três suspeitos foram presos
Com informações do UOL
A Polícia Federal (PF) informou neste domingo (19) que subiu para oito o número de suspeitos que estão sendo investigados pela morte do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira. Isso porque foram identificados mais cinco homens que teriam ajudado a enterrar os corpos das vítimas. Os nomes, no entanto, não foram divulgados.
"As investigações continuam no sentido de esclarecer todas as circunstâncias, os motivos e os envolvidos no caso", diz o comunicado divulgado pela corporação.
Até então, apenas três suspeitos foram presos. O pescador Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, confessou a autoria no duplo homicídio e foi preso em flagrante no dia 7 de junho, por porte de munição de uso restrito.
O segundo suspeito preso é o pescador Oseney da Costa de Oliveira, preso no dia 14, que negou ter participado do crime.
Já o terceiro, Jeferson da Silva Lima, conhecido como Pelado da Dinha, se entregou para as autoridades por volta de 6h desse sábado (18), após a família informar que a polícia o procurava. Ele é apontado como participante direto do duplo homicídio e como ajudante na ocultação dos corpos.
A Polícia Civil do Amazonas também confirmou que "investiga a participação de mais pessoas no crime".
O trabalho de investigação continua em duas frentes. No Amazonas, o comitê de crise criado para encontrar Bruno e Dom continua em busca de elementos que possam ajudar a esclarecer a dinâmica do crime, incluindo a embarcação usada pelo indigenista e pelo repórter quando eles foram assassinados.
A Polícia Federal informou na última semana que os assassinos agiram sozinhos e não fazem parte de organizações criminosas, uma afirmação rechaçada por lideranças indígenas.
A Organização das Nações Unidas (ONU), indígenas, ONGs e pessoas próximas dos dois homens expressaram sua indignação pelos assassinados, que vincularam à impunidade que impera na região, incentivada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), como um impulsionador da exploração comercial das áreas protegidas.
Perícia indicou como as vítimas foram mortas
Os peritos do Instituto Nacional de Criminalística de Brasília também apontaram que o repórter e o indigenista foram mortos a tiros: Bruno foi baleado três vezes, na cabeça e no tórax, e Dom, uma vez, no tórax.
Em nota, a PF disse que a morte do repórter foi causada por "traumatismo toracoabdominal por disparo de arma de fogo com munição típica de caça, com múltiplos balins, ocasionando lesões principalmente sediadas na região abdominal e torácica (1 tiro)".
Já Bruno Pereira, ainda segundo a Polícia Federal, sofreu "traumatismo toracoabdominal e craniano por disparos de arma de fogo com munição típica de caça, com múltiplos balins, que ocasionaram lesões sediadas no tórax/abdômen (2 tiros) e face/crânio (1 tiro)".