THIAGO BRENNAND

THIAGO BRENNAND: Ainda fora do Brasil, empresário pernambucano é investigado por obrigar mulheres a tatuar suas iniciais

Três das vítimas denunciam Thiago Brennand por obrigá-las a tatuar as iniciais dele no corpo

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Julianna Valença

Publicado em 17/09/2022 às 21:24
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Com informações do Estadão Conteúdo
O empresário Thiago Brennand, 42, denunciado após flagra de agressão contra uma modelo em uma academia da capital, será investigado agora pela prática de crimes sexuais contra ao menos 10 mulheres. O pernambucano criado em Recife já se tornou réu no caso da agressão à modelo e se encontra em Dubai, nos Emirados Árabes, desde as denúncias.
O réu tem até o dia 23 de setembro para retornar ao Brasil, conforme determinação da Justiça brasileira.
A partir desta segunda-feira (19), as promotoras públicas do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (NAVV) do Ministério Público de São Paulo começam a ouvir as vítimas. Relatos prévios obtidos pelas promotoras dão conta de crimes de assédio sexual, estupro, cárcere privado, agressão e ameaça. Três das vítimas denunciam que o homem as obrigou a tatuar as iniciais dele no corpo.

NÚCLEO DE APOIO AS VÍTIMAS É CRIADO

Conforme o MP-SP, o núcleo de atendimento foi criado no início deste ano para prestar apoio às vítimas de crimes violentos, sobretudo os sexuais, oferecendo assistência psicológica, social e de saúde, em parceria com outras instituições. As vítimas do empresário procuraram os canais da Justiça depois que outros casos envolvendo Thiago Brennand se tornaram públicos. 
Se os relatos confirmarem a existência de crimes, as vítimas serão ouvidas formalmente para a abertura de inquérito. O próprio MP pode iniciar o procedimento investigatório criminal. Além da equipe de promotores do NAVV, coordenado pela promotora Silvia Chakian, o promotor de Porto Feliz, Josmar Tassignon Junior, participa da investigação, que vai correr em sigilo.
Conforme o MP-SP, os relatos dão conta de crimes graves, principalmente estupros. As mulheres teriam sido atraídas pessoalmente ou por meio de redes sociais e levadas para a mansão do empresário em um condomínio de luxo em Porto Feliz, interior de São Paulo, onde os crimes teriam acontecido.
O advogado Márcio Cezar Janjacomo, que assiste as vítimas e encaminhou os casos ao MP, disse que o modus operandi usado pelo empresário é o mesmo relatado pela mulher que já o havia denunciado à Polícia Civil de Porto Feliz. A vítima, uma jovem pernambucana, foi mantida em cárcere privado, estuprada e obrigada a se submeter a uma tatuagem com as letras TFV, as iniciais do nome do empresário.
"Ele deixava claro que marcava as vítimas como forma de registrar que eram sua propriedade. Além dessa vítima, houve mais dois casos (de tatuagem), que ainda dependem da investigação. O fato é que são crimes bárbaros e elas vão mostrar conversas no celular sobre vídeos que ele teria feito e ameaçava divulgar para destruir a reputação delas, além de ameaças, humilhações. É um material farto e incriminador", disse.

Empresário é suspeito de agressão em academia

No registro feito pelas câmeras de segurança do estabelecimento é possível ver Brennand se aproxima e discute com Helena. Quando um casal de instrutores e uma segunda cliente tentam protegê-la, ele parte para cima dos três e cospe em Helena.
De acordo com a mulher, as agressões foram motivadas porque o empresário teria tentado um encontro, mas ela não quis.
O Fantástico apresentou depoimentos de mulheres, familiares e funcionários de estabelecimentos frequentados por Thiago Brennand com novas acusações. Clique aqui para saber mais.

Defesa de Thiago Brennand nega acusações

Os advogados de Thiago Brennand afirmam em nota que as narrativas apresentadas não têm relação com o episódio na academia de luxo de São Paulo, mas não se manifestaram sobre as alegações do garçom e do técnico de enfermagem.
A defesa afirma que ele "nunca forçou as parceiras a terem relações sexuais sem preservativo e que as relações eram consensuais".
Sobre as acusações de estupro e cárcere privado, os defensores afirmam que a denúncia foi "rigorosamente investigada pela polícia", que o MP pediu o arquivamento do caso e que a Justiça acatou. Os advogados dizem que ele nunca respondeu a uma ação penal.
Sobre o episódio da academia, a defesa afirma que ele "compareceu espontaneamente à delegacia e explicou ponto por ponto a sequência dos fatos corroborada pelos vídeos" e aguarda o desdobramento do caso perante à Justiça.

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