Os bloqueios de caminhões de carga nas rodovias, realizados desde a última segunda-feira (31) por grupos que não aceitam a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas últimas eleições, têm o potencial de afetar significativamente a atividade comercial no País. Para a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Na paralisação durante o governo Temer, segundo a CNC, houve uma retração de 5,8% no volume de vendas, com perda diária de R$ 1,8 bilhão. O custo total para o varejo, em valores atuais, foi de R$ 18 bilhões, contabilizados ao longo dos 10 dias de bloqueios. Em 2018, as paralisações tiveram início em 21 de maio e duraram oficialmente até o dia 30 daquele mês. Naquela ocasião a perda diária média do comércio em faturamento foi de R$ 1,8 bilhão.
IMPACTOS NO PREÇO DA GASOLINA E DO DIESEL
Para a CNC, agrava o cenário do setor a maior dependência que as empresas passaram a ter de serviços de entregas, uma vez que passaram a operar com estoques reduzidos. A Confederação acrescenta que o registro dessas perdas tende a ser gradual, na medida em que o varejo conta com estoques que, dependendo da duração dos bloqueios, serão consumidos até a normalização do fluxo de mercadorias.
A entidade observa que as perdas não se restringem à fonte de receitas, impactando também a elevação dos custos, especialmente, daqueles relacionados ao transporte. De acordo com o IPCA, em maio de 2018, a redução dos estoques levou o preço da gasolina a subir 3,34% e do óleo diesel, 6,16%.