TRABALHO ESCRAVO

TRABALHO ESCRAVO: Festival LOLLAPALOOZA é flagrado com TRABALHADORES ESCRAVIZADOS

Trabalhadores enfrentavam jornadas de trabalho em situação degradante na preparação do festival

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Helena Galvão

Publicado em 23/03/2023 às 18:00 | Atualizado em 23/03/2023 às 18:01
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Desde o princípio, o Lollapalooza 2023 vem atraindo maus olhares e críticas que só giravam em torno da frustração de fãs por verem seus artistas cancelando os shows.

Porém, dessa vez, o evento foi flagrado submetendo seus funcionários à condições semelhantes à escravidão.

Nesta quinta-feira (23), o ministério Público do Trabalho autuou, por suposto trabalho escravo, a Yellow Stripe - empresa terceirizada responsável por algumas operações do festival Lollapalooza Brasil.

TRABALHO ESCRAVO NO LOLLAPALOOZA: O QUE ACONTECEU? 

Cinco profissionais da Yellow Stripe foram identificados como vítimas de trabalho análogo à escravidão e resgatados pela fiscalização do Ministério do Trabalho no Autódromo de Interlagos.

Em entrevista feita pelo Carta Capital, o auditor fiscal do Trabalho que participou da operação de resgate, Rafael Brisque Neiva, comentou às condições de trabalho deploráveis que os 'trabalhadores' estavam.

“Com idade entre 22 e 29 anos, eles não tinham dignidade alguma, dormiam dentro de uma tenda de lona aberta e se acomodavam no chão. Não recebiam papel higiênico, colchão, equipamento de proteção, nada”, afirmou.

Os prestadores de serviços atuavam de forma ilegal, sem os devidos registros trabalhistas, como manda a lei.

PRONUNCIAMENTO DO FESTIVAL

Segundo a T4F, responsável pela organização do Lollapalooza, essa empresa teve seu contrato rescindido. Confira abaixo a nota da organizadora do festival sobre a operação:

"Para realizar um evento do tamanho do Lollapalooza Brasil, que ocupa 600 mil metros quadrados no Autódromo de Interlagos e tem a estimativa de receber um público de 100 mil pessoas por dia, o evento conta com equipes que atuam em diferentes frentes de trabalho, em departamentos que variam da comunicação a operação de alimentos e bebidas, da montagem dos palcos a limpeza do espaço e a segurança.

São mais de 9 mil pessoas que trabalham diretamente no local do evento e são contratadas mais de 170 empresas prestadoras de serviços. A T4F, responsável pela organização do Lollapalooza Brasil, tem como prioridade que todas pessoas envolvidas no evento tenham as devidas condições de trabalho garantidas e, portanto, exige que todas as empresas prestadoras de serviço façam o mesmo.

Nesta semana, durante uma fiscalização do Ministério do Trabalho no Autódromo de Interlagos, foram identificados 5 profissionais da Yellow Stripe (empresa terceirizada responsável pela operação dos bares do Lollapalooza Brasil), que, na visão dos auditores, se enquadrariam em trabalho análogo à escravidão. Os mesmos trabalharam durante 5 dias dentro do Autódromo de Interlagos e, segundo apurado pelos auditores, dormiram no local de trabalho, algo que é terminantemente proibido pela T4F.

Diante desta constatação, a T4F encerrou imediatamente a relação jurídica estabelecida com a Yellow Stripe e se certificou que todos os direitos dos 5 trabalhadores envolvidos fossem garantidos de acordo com as diretrizes dos auditores do Ministério do Trabalho. A T4F considera este um fato isolado, o repudia veementemente e seguirá com uma postura forte diante de qualquer descumprimento de regras pelas empresas terceirizadas"

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