ATAQUE EM SÃO PAULO

ATAQUE EM ESCOLA DE SP: autor do ataque já havia sido denunciado à polícia

Segundo a Secretaria da Educação do Estado, o agressor já havia sido transferido para outra escola

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Publicado em 28/03/2023 às 7:00
Fernando Frazão/Agência Brasil
A professora de educação física Cíntia, que imobilizou o aluno agressor no ataque a colegas e professoras à faca, deixa a Escola Estadual Thomazia Montoro, em Vila Sônia - FOTO: Fernando Frazão/Agência Brasil

Por Ítalo Lo Re, Renata Okumura, Renata Cafardo, João Ker e Ana Luíza Antunes

Um adolescente de 13 anos esfaqueou quatro professoras e um aluno na manhã de ontem dentro da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo. A professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, morreu. O autor do ataque foi imobilizado e desarmado por duas professoras e apreendido pela polícia. O estudante tinha anunciado na véspera o ataque em uma rede social; há um mês, ele foi denunciado à polícia por vídeos simulando atos violentos.

Elisabeth dava aula de Ciências para o 8º ano quando foi esfaqueada pelo adolescente. Na sequência, quando atacava a professora de História Ana Célia Rosa, ele foi contido e desarmado pelas professoras Cíntia da Silva Barbosa e Sandra Pereira. Ana Célia era a única ferida que permanecia internada até a noite de ontem.

Ela passou por cirurgia à tarde no Hospital das Clínicas para sutura dos ferimentos e seu quadro era estável, segundo o Estado Outras duas professoras receberam atendimento nos Hospitais Universitário da USP e São Luiz, tiveram ferimentos superficiais e receberam alta, assim como um aluno (outro foi atendido por estar em choque).

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse nas redes sociais que "a melhor forma de honrar a memória da professora Elisabeth é trabalhando em ações que garantam que algo assim nunca mais aconteça". Entre outras medidas (mais informações nesta página), ele destacou que se estudam "formas de viabilizar a contratação de policiais da reserva para que eles fiquem de forma permanente nas escolas e ajudem a tornar o ambiente mais seguro".

HISTÓRICO

Segundo a Secretaria da Educação do Estado, o agressor já havia sido transferido para outra escola, em Taboão da Serra, e voltou no início deste mês para a Thomazia Montoro. O secretário Renato Feder informou que ele tinha um histórico de violência e que essa teria sido a razão das transferências.

Segundo colegas, na semana passada, ele havia se envolvido em discussões, com acusações de cunho racista a outro aluno. Questionado como a escola agiu para mediar os conflitos entre o agressor e outros estudantes, Feder disse que a diretora pretendia conversar nesta segunda-feira com o menino. "Ela me disse que a briga foi sexta-feira e ela tinha marcado para conversar com ele hoje", afirmou o secretário.

O mesmo adolescente havia sido denunciado à polícia há menos de um mês por "apresentar comportamento suspeito nas redes sociais" e postar "vídeos comprometedores", nos quais aparece "portando arma de fogo" e "simulando ataques violentos".

Um boletim de ocorrência foi registrado no último dia 28 na delegacia eletrônica, narrando a denúncia. O documento ainda diz que o adolescente "encaminhou mensagens e fotos de armas aos demais alunos por WhatsApp" e "alguns pais estão se sentindo acuados e amedrontados com tais mensagens e fotos".

O boletim foi registrado como ato infracional análogo a ameaça e os responsáveis foram "convocados e orientados pela Direção para que as providências cabíveis fossem tomadas". Não foram detalhadas quais outras providências foram tomadas. As Secretarias de Educação e Segurança não comentaram o boletim.

A mãe de uma aluna da escola em que ele estudava em Taboão relatou o medo sentido por colegas. "Ele já tinha dado indícios no Pacheco (Escola Estadual José Roberto Pacheco, em Taboão da Serra). Eles (os alunos) estão em choque, todos com medo", relatou.

MEDIDAS

"Ele foi frio, bem frio, e não demonstrou emoção", disse o delegado Marcos Vinicius Reis sobre a postura do rapaz durante o depoimento prestado entre a tarde e a noite de ontem na delegacia. Em redes sociais, ele elogiava o massacre cometido na escola de Suzano. Além de investigar quem o apoiava em comentários, a polícia tenta entender também se ele teve algum tipo de apoio ou instigação para o crime.

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