AGRESSÃO

Jornalistas são agredidos por seguranças de Nicolás Maduro e agentes do GSI após reunião de presidentes da América do Sul

O tumulto começou quando os profissionais de imprensa tentaram se aproximar do presidente venezuelano para entrevistá-lo

Filipe Farias
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Filipe Farias
Publicado em 30/05/2023 às 22:11 | Atualizado em 30/05/2023 às 22:12
Ricardo Stuckert / PR
Presença do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Brasília, foi contestada pelos presidentes do Uruguai e do Chile - FOTO: Ricardo Stuckert / PR

Ao final da reunião entre os 11 presidentes da América do Sul, nesta terça-feira (30), em Brasília, alguns jornalistas acabaram sendo agredidos ao tentarem se aproximar do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para entrevistá-lo.

Diante da investida dos profissionais de imprensa, os seguranças do chefe de Estado venezuelano tentaram impedir a aproximação com empurrões e até socos. Agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência brasileira também atuaram impedindo o trabalho dos jornalistas que estavam trabalhando no Itamaraty.

Em nota, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudiou a ação dos seguranças e agentes e afirmou que "a violência contra a imprensa é inaceitável em uma democracia". Além disso, a ANJ disse que aguarda apuração rigorosa das autoridades com a devida responsabilização dos agressores, sejam eles brasileiros ou estrangeiros.

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) lamentou os incidentes no Palácio do Itamaraty e "pede que o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) apurem eventuais abusos cometidos contra os profissionais da imprensa". A FENAJ também se colocou "à disposição para dar o suporte que venha a ser necessário".

Ainda de acordo com relato dos profissionais que trabalharam no evento, não havia estrutura adequada para o trabalho dos profissionais na área do saguão, como a disponibilização de um púlpito e uma prévia organização das posições. Diante disso, houve tumulto, que se agravou durante a passagem do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que culminou na ação truculenta dos seguranças venezuelanos e dos agentes do GSI.

Por fim, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) disse em nota que "é injustificável e inaceitável que em um governo democrático como no Brasil, seguranças agridam a imprensa, a exemplo do que habitualmente acontece na Venezuela". A entidade reafirmou a "defesa intransigente da liberdade de expressão e do direito à livre informação e pede às autoridades brasileiras uma rigorosa apuração do caso e punição dos agressores".

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES

Através das redes sociais, o Itamaraty lamentou o ocorrido na noite desta terça-feira (30). "O Ministério das Relações Exteriores lamenta o incidente no qual houve agressão a profissionais de imprensa, ao final da Reunião de Presidentes da América do Sul. Providências serão tomadas para apurar responsabilidades".

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