INVESTIGAÇÃO

Polícia Federal indicia mais dois no caso Bruno e Dom; MPF diz que trabalho é célere

Foram indiciados Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como "Colômbia" e apontado como mandante do crime, e o pescador Jânio Freitas de Souza

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Filipe Farias

Publicado em 05/06/2023 às 23:27
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Da Estadão Conteúdo

A Polícia Federal indiciou mais dois suspeitos pelos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, no Vale do Javari, no Amazonas. O crime completou um ano ontem, com investigações ainda em curso. Foram indiciados Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como "Colômbia" e apontado como mandante do crime, e o pescador Jânio Freitas de Souza.

No mês passado, o ex-presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o delegado Marcelo Xavier, e o ex-coordenador-geral de Monitoramento Territorial da entidade Alcir Amaral Teixeira foram indiciados por omissão.

Até agora, a investigação mais avançada envolve os três pescadores que confessaram ter participado dos assassinatos de Bruno e Dom - Amarildo da Costa Oliveira, o "Pelado", que indicou o local onde os corpos foram enterrados; o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, o "Dos Santos"; e Jeferson da Silva Lima, o "Pelado da Dinha". Eles estão presos, já foram denunciados e devem ser levados a júri popular.

Rubén Villar é investigado por pesca ilegal e tráfico de drogas. Bruno treinava indígenas para fiscalização e vigilância do território. Dom percorria a Amazônia reunindo informações para um livro. O trabalho do brasileiro com povos nativos vinha rendendo prejuízos financeiros aos exploradores.

RESPOSTAS

A Anistia Internacional lançou ontem a campanha "Dez perguntas sem resposta", sobre os assassinatos do brasileiro e do britânico. "Os assassinatos de Bruno e Dom não são exceções e refletem um padrão de violações consolidado no País - o quarto no ranking dos que mais matam ambientalistas em todo o mundo. A realidade é consequência de falhas da política de proteção aos defensores de direitos humanos", afirmou a entidade.

Em nota, o MPF disse que começou a atuar tão logo foi informado do desaparecimento de Bruno e Dom e que os prazos processuais têm sido cumpridos. "Dada a complexidade do caso, como as dificuldades de acesso ao local onde Bruno e Dom foram mortos, os procuradores da República que atuam nas apurações avaliam que o trabalho tem ocorrido de forma célere", afirma o comunicado.

As defesas dos dois indiciados pela PF não haviam sido localizadas até as 21h de ontem.

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