CÚPULA DA AMAZÔNIA

Secretária-geral da OTCA defende desmatamento zero até 2030

Alexandra Moreira acrescentou que a preservação do bioma é importante para assegurar a biodiversidade e a disponibilidade de água no mundo

Agência Estado
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Publicado em 08/08/2023 às 20:31
Ricardo Stuckert/PR
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, se encontra com a Secretária-Geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), María Alexandra Moreira López - FOTO: Ricardo Stuckert/PR

A secretária-geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), Alexandra Moreira, defendeu nesta terça-feira (8) a adoção de um compromisso para zerar o desmatamento até 2030. Em discurso durante a Cúpula da Amazônia, em Belém, a diplomata boliviana argumentou que os países devem investir no combate ao crime para acelerar o processo.

Moreira acrescentou que a preservação do bioma é importante para assegurar a biodiversidade e a disponibilidade de água no mundo. "O desafio social e econômico também está presente por causa dos 50 milhões de habitantes vivendo na Amazônia, incluindo 420 cidades indígenas dos 800 que existem na América Latina", disse

Conforme mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, um acordo para eliminação do desmate em um prazo específico divide os oito países da OTCA. Brasil e Colômbia pressionam pela adoção do compromisso, mas enfrentam resistência de nações mais pobres.

O QUE DISSE LULA

Lula reafirmou o compromisso em zerar o desmatamento na Floresta Amazônica até 2030. Em pronunciamento na Cúpula da Amazônia, o petista disse que, nos sete primeiro meses do ano, os alertas de desmate caíram 42,5% no bioma.

O presidente reforçou que a Floresta Amazônica não pode ser tratada como um "depósito de riquezas" e que não é um vazio "a ser ocupado" ou um "tesouro a ser saqueado". "Queremos retomar cooperação com os países e superar desconfianças", disse, durante a Cúpula da Amazônia, em Belém, capital do Pará.

O petista destacou que os recursos da região não serão mais explorados "a serviço de poucos". Segundo ele, o sistema internacional global reservou aos sul-americanos o papel de fornecedor de matéria-prima. "A transição ecológica justa nos permite mudar esse quadro", disse.

"A Amazônia é nosso passaporte para uma nova relação com o mundo - uma relação mais simétrica, na qual nossos recursos não serão explorados em benefício de poucos, mas valorizados e colocados a serviço de todos", acrescentou.

ATUAÇÃO DE BOLSONARO

Lula também fez críticas ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com ele, o antecessor tornou o país "um pária entre nações" e permitiu o aumento do desmatamento. "A crise política que se abateu sobre o Brasil levou ao poder um governo negacionista com consequências nefastas", disse.

O presidente brasileiro acrescentou que redes criminosas se organizaram e ampliaram a insegurança na Amazônia. Ele alegou que seu governo mudou esse cenário. "E, ao mesmo tempo, conseguimos aumentar a produtividade agrícola na região, mostrando que é possível crescer sem derrubar a floresta", pontuou Lula.

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