Governo de AL: Passivo da Braskem pode chegar a R$ 30 bilhões e solução ainda está longe
Maceió decretou situação de emergência por causa do risco de colapso da mina da Braskem
O governo de Alagoas disse que as consequências do desastres ambientais causados pela Braskem em Maceió estão longe de uma solução. Diante disso, o governo reitera que há um passivo em torno de R$ 30 bilhões da petroquímica, conforme estudo recém-concluído.
Os desastres causados pela empresa, em meio a tratativas sobre a venda de parte da Braskem para o fundo árabe ADNOC, tem se agravado. Segundo o governo, há previsão de formação de crateras em bairros centrais a qualquer momento.
"O Estado reitera a sua posição irredutível em defesa dos interesses de Alagoas, dos municípios da região metropolitana de Maceió e de cerca de 150 mil vítimas do maior crime ambiental urbano do mundo, provocado pela petroquímica, que vem sendo acompanhado pelo Grupo de Trabalho de Combate ao Crime da Braskem", afirma.
"Últimas consequências institucionais"
A gestão disse ainda que, por meio do fato relevante, tenta advertir as autoridades federais da preocupação. "Há firme intenção de ir às últimas consequências institucionais e legais para fazer prevalecer os direitos dos credores alagoanos, já supracitados, que sorrateiramente se tenta ignorar."
Em documento, o governo também ressalta que não se opõe à venda da empresa, mas diz que é preciso equacionar o passivo em Alagoas antes e que, para isso, estão abertas à negociação.
"Porém, é preciso estabelecer um modelo de acordo adequado diante do tamanho da realidade do desastre, e não como tem sido a recorrente postura da Braskem de ofertar valores vis."
Risco em mina de extração
Segundo o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, representantes da Defesa Civil Nacional e do Serviço Geológico do Brasil também chegaram ontem à capital alagoana para monitorar o risco iminente de colapso de uma mina da petroquímica Braskem. “Estamos atentos e de prontidão para as ações que forem necessárias e ajudar no que for preciso”, disse o presidente em exercício.
A prefeitura de Maceió decretou situação de emergência por 180 dias por causa do risco de colapso da mina de exploração de sal-gema, que pode provocar o afundamento do solo em vários bairros. A área já está desocupada e a circulação de embarcações da população está restrita na região da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, na capital.
A Defesa Civil da cidade informou que os últimos tremores se intensificaram e houve um agravamento do quadro na região já desocupada.