Mina em Maceió se rompe sob a lagoa Mundaú, diz Defesa Civil
Região já havia sido evacuada. O alerta de colapso da mina em Mutange vinha sendo feito desde o início do mês
Neste domingo, às 13h15, a mina 18, em Maceió, sofreu um rompimento, que pôde ser percebido num trecho da Lagoa Mundaú, bairro do Mutange. A informação é da Defesa Civil do município.
No momento, técnicos do órgão monitoram o local em busca de mais informações.
O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, publicou no X (antigo Twitter) que sobrevoará a área com os técnicos da Defesa Civil. "Novas informações sobre o assunto estão sendo obtidas e serão compartilhadas assim que possível."
A Defesa Civil ressalta que a mina e todo o seu entorno estão desocupados. Além disso, segundo o órgão, não há qualquer risco para as pessoas.
Alagoano, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, neste domingo, 10, que monitora "minuto a minuto" com os órgãos responsáveis os efeitos do colapso da mina 18, da Braskem, localizada em Maceió.
Em post da rede social X, o antigo Twitter, Lira afirmou que já cobrou "medidas técnicas eficazes, ações sociais e reparações financeiras" para que Maceió e a população atingida não sejam "ainda mais prejudicados".
"Já cobramos medidas técnicas eficazes, ações sociais e reparações financeiras para que Maceió e o povo atingido não sejam ainda mais prejudicados. Continuaremos em atenção", escreveu o presidente da Câmara.
Com o rompimento, a água da Lagoa Mundaú, no bairro Mutange, está entrando na mina.
Mais cedo, por volta das 10h, o órgão havia informado que o deslocamento vertical acumulado da mina n° 18 era de 2,35m, e a velocidade vertical era de 0,52cm por hora, o que levou a um movimento de 12,5cm nas últimas 24 horas.
O risco de colapso da mina em Mutange vinha sendo feito desde o início do mês. Até 2019, a Braskem fazia a extração de sal-gema em 35 poços abertos na região.
Desde então, quando foi identificado o problema, a Braskem vem assumindo um passivo de bilhões de reais para reacomodação da população que residia na região afetada, pelo risco de afundamento em decorrência de suas atividades, e para o fechamento das minas até 2025.
Nos últimos dias, o agravamento do incidente em Alagoas provocou a convocação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), com a primeira sessão prevista para a terça-feira, e a retirada da empresa do índice de sustentabilidade da B3.