Lula promete ações e diz que fome 'decorre de escolhas políticas'

De forma improvisada e emocionada, após ler um longo discurso no evento, Lula pediu mais comprometimento dos governantes após divulgação dos dados

Publicado em 24/07/2024 às 20:48

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a melhor distribuição de renda no mundo para combater a fome. Ele participou ontem do pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, plataforma que será oficialmente lançada no fim do ano e vai ligar regiões necessitadas a países e entidades que se propõem a financiar projetos locais. O evento ocorreu às margens das reuniões do grupo das 20 maiores economias do mundo (G-20), no Rio, e teve como destaque o anúncio da parceria do Banco Mundial.

De forma improvisada e emocionada, após ler um longo discurso no evento, Lula pediu mais comprometimento dos governantes. "Essa gente precisa ser olhada e não é possível que, na metade do século 21, quando a gente está discutindo até inteligência artificial sem conseguir consumir a inteligência natural que temos, ainda seja obrigado a fazer uma discussão dizendo para líderes políticos do mundo inteiro: ‘Por favor, olhem para os pobres, porque eles são seres humanos, eles são gente e querem ter oportunidade’", afirmou.

No discurso, Lula afirmou que a fome "não resulta apenas de fatores externos". "Ela decorre, sobretudo, de escolhas políticas", disse, voltando a prometer a retirada do Brasil do Mapa da Fome.

BANCO MUNDIAL

O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, disse que a instituição será um dos parceiros que vai liderar a Aliança Global. A meta será apoiar a realização e novos diagnósticos, "país por país", sobre a incidência da fome, pobreza e alcance da rede de proteção social para que os governos locais possam adotar políticas públicas "bem informadas". "Vamos deixar recursos mais disponíveis para que os países possam fazer escolhas a partir dessa cesta de políticas contra a fome", disse Banga.

Segundo ele, o objetivo da instituição é garantir financiamentos capazes de apoiar 500 milhões de pessoas até o fim da década. E citou projetos brasileiros. "Podemos aprender com a Embrapa e produzir melhor, fazer mais colheitas com a mesma terra, ter mais produtividade."

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