Voepass coloca médicos e psicólogos para atender famílias do acidente

Tragédia ocorreu na sexta-feira (9) em voo da rota de Cascavel (PR) a Guarulhos (SP). Avião caiu na cidade de Vinhedo, no interior de São Paulo

Publicado em 10/08/2024 às 14:40

Em nota divulgada às 10h deste sábado (10), a Voepass Linhas Aéreas informa que a prioridade, neste momento, é assistir e oferecer todo apoio estrutural e psicológico às famílias das vítimas do acidente ocorrido no começo da tarde de ontem, (9), com o voo 2283 da rota Cascavel (PR) - Guarulhos (SP).

A Voepass informa que está disponível às famílias das vítimas, em local de São Paulo não divulgado - mas próximo do IML - uma equipe de psicólogos e médicos que está em contato e recebendo familiares das vítimas em um setor de acolhimento montado exclusivamente para esse atendimento.

"Estamos realizando todos os esforços logísticos e operacionais para que as famílias tenham em nossa equipe um apoio efetivo não só para suas necessidades de transporte, hospedagem, alimentação, mas, principalmente, de consolo e apoio emocional. A Voepass está na fase de cadastramento dos familiares para dar continuidade aos procedimentos que serão necessários neste momento. Para preservar e respeitar a todos os envolvidos, neste momento de profunda dor e pesar, não será divulgado o local onde os familiares se encontram", diz a nota.

Em entrevista coletiva na noite de ontem, a empresa afirmou que acionou a seguradora da operação aeronáutica para suprir, inicialmente, as necessidades das famílias.

Moradores de Vinhedo

O prefeito de Vinhedo, Dario Pacheco, assegurou, hoje (10), que os órgãos municipais estão mobilizados para prestar apoio aos moradores da cidade psicologicamente abalados com a queda de um avião da empresa aérea Voepass (antiga Passaredo) na cidade, nessa sexta-feira (9).

“Felizmente, não tivemos vítimas em terra. Tivemos, sim, o trauma psicológico e há algumas pessoas assustadas”, explicou Pacheco. Ele acrescentou que, ontem (9) mesmo, a prefeitura se mobilizou para, se necessário, receber parentes das vítimas que viajassem à cidade em busca de informações.

“A prefeitura se preparou para receber os familiares das vítimas, mas como os corpos estão sendo transportados para [a cidade de] São Paulo […] nenhuma família veio para cá. [Com isso] Estamos procurando atender os vinhedenses, especialmente os que são vizinhos ao local do acidente e que ficaram muito assustados”, acrescentou o prefeito ao conceder entrevista a jornalistas, próximo ao local onde a aeronave caiu.

Segundo a Voepass, 62 pessoas estavam a bordo do turbohélice ATR-72 que fazia o voo 2283, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes. O avião havia partido de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), mas caiu quando se aproximava do aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Não houve sobreviventes.

Queda em parafuso

Vídeos gravados por testemunhas do acidente e compartilhados nas redes sociais registraram a queda em parafuso do avião, que caiu rodopiando, em grande velocidade, na área de um condomínio residencial de Vinhedo, no bairro Capela. Residente do bairro, Elton de Cassio Inarejos foi um dos que se assustaram com o desastre.

“Eu estava em casa quando ouvi um barulho muito forte, parecido com o de um helicóptero se aproximando. Como moro neste local há 27 anos e os aviões que vêm para Viracopos passam sobre a minha casa, às vezes voando relativamente baixo, já estou acostumado com isso e demorei alguns segundos para notar que havia algo diferente”, contou Inarejos à Agência Brasil.

“Aí o barulho foi ficando mais alto, bem mais alto que de costume. E, então, eu senti a casa toda tremer e, em seguida, ouvi como que uma explosão”, acrescentou Inarejos, estimando que a aeronave da Voepass caiu a pouco mais de 500 metros de sua residência.

“Pouco depois, minha esposa me ligou para saber se eu estava bem. Ela estava na casa da família dela, aqui perto, e viu o avião caindo, rodando no ar. E ligou para acionar os bombeiros por volta de 13h22. Foi um grande susto para todos. Por volta das 15 horas, cheguei a ir ao condomínio, mas a rua já estava isolada. Do ponto onde cheguei não dava para ver muita coisa. Os bombeiros já estavam controlando as chamas. É triste. A gente torce para nunca ver algo assim, mas, por sorte, o avião não caiu sobre as casas, aumentando a tragédia”, finalizou Elton de Cassio.

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