CONFERÊNCIA DA ONU

Acessibilidade e sustentabilidade na Rio+20

Espetáculo será exibido no Auditório Arena do Espaço Humanidade, no Forte de Copacabana, Rio de Janeiro, durante o Fórum de Empreendedorismo Social na Nova Economia

Verônica Cobas
Cadastrado por
Verônica Cobas
Publicado em 13/06/2012 às 20:36
Leitura:

Ninguém mais vai ser bonzinho. Este é o título do espetáculo que o grupo Os Inclusos e os Sisos - Teatro de Mobilização pela Diversidade vai apresentar sábado (16/6), às 14 horas, no Auditório Arena do Espaço Humanidade, no Forte de Copacabana, Rio de Janeiro, durante o Fórum de Empreendedorismo Social na Nova Economia. Através do riso e do lúdico, a peça conta a história de cinco pessoas que se conhecem durante um engarrafamento numa grande cidade e descobrem o quando discriminam e são discriminadas em função de diversos motivos. "Queremos mostra que oferecer acessibilidade, por exemplo, não é bondade, mas um direito de todos", diz a atriz Natália Simonete, coordenadora de Projetos Culturais da Escola de Gente, ONG que idealizou e mantém o grupo.

Criada em 2002, pela jornalista Claudia Werneck, com o objetivo de lutar pelo acesso de pessoas deficientes aos meios de comunicação, a Escola de Gente atua principalmente na área de políticas públicas voltadas a garantir direitos como áudio descrição e linguagem de sinais em espetáculos e produtos audiovisuais, livros em braile etc. Em 2003, a ONG fez um desafio a alunos de Artes Cênicas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio): a criação de um espetáculo voltado à inclusão de pessoas com deficiência.

"Eu era aluna naquela época e criamos cenas de teatro com situações e cenas de discriminação difíceis de perceber. Buscávamos mostrar, através da comédia, que somos todos diferentes e temos os mesmos direitos e que, quem tem deficiência, não é mais diferente, é apenas diferente", conta Natália sobre a origem do grupo. Entre esses estudantes, estava ainda a atriz Tatá Werneck, hoje apresentadora da MTV. "Usamos cenas do dia a dia para ilustrar que às vezes estamos discriminando e outras sendo discriminados sem perceber".

Nos espetáculos de Os Inclusos e os Sisos, além do conteúdo, a inclusão é mostrada na prática na forma de linguagem de sinais, legendas eletrônicas (para deficientes auditivos que não conhecem a linguagem de sinas) e a áudio descrição (através de fones de ouvido, semelhante aos de tradução simultânea, que descrevem aos deficientes visuais o contexto das cenas).

Para a apresentação no Fórum de Empreendedorismo Social, todos esses recursos serão utilizados. "Além disso, o espaço tem todas as condições de acessibilidade física, como rampas e elevadores", diz Natália. No espetáculo, estarão em cena cinco dos nove atores do grupo, que se revezam entre atuar e as demais funções de bastidores.


O GRUPO - Nos últimos anos, mais de 40 mil pessoas já assistiram às apresentações do grupo teatral em 17 estados brasileiros. A coordenadora Natália Simonete levou também a experiência do projeto para o Congresso Latinoamericano de Jóvenes Investigadores em Juventud: "Jóvenes en el Saber". O encontro aconteceu em 2008, na sede da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe, da ONU, em Santiago do Chile, reunindo 150 participantes de 17 países da América Latina.

A maior parte dos espetáculos do grupo é adaptada para qualquer espaço e pode ser apresentada ao ar livre, em escolas etc. Em 2010, Os Inclusos e os Sisos foi indicado ao Prêmio Faz Diferença, do Jornal O Globo, na categoria Megazine, e, em 2008, ganhou Menção Honrosa de Melhor Comédia pelo esquete "Vice-versa", no Festival Claro Curtas.

A ONG Escola de Gente também participou na manhã desta quarta-feira de dois importantes eventos paralelos da Rio+20: o ciclo de palestras Turismo Cultural Inclusivo no contexto da sustentabilidade, um ciclo de debates e palestres que discute o turismo cultural inclusivo buscaNDO E explorando as interligações entre inclusão, deficiência, turismo cultural, acessibilidade e sustentabilidade, realizado na Arena da Barra; e da mesa Juventude e Sustentabildiade, que tem por objetivo apresentar a visão dos diferentes setores da juventude organizado sobre os desafios da sustentabilidade, que aconteceu no Teatro do Jardim Botânico.

INCLUSÃO - Crianças e jovens com deficiência, principalmente quando vivem na pobreza, enfrentam discriminação em dose dupla e são alvo frequente da violação de direitos humanos. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), existem 600 milhões de pessoas com deficiência no mundo, mais da metade delas vivendo nas regiões pobres dos países em desenvolvimento, como o Brasil. Trata-se de uma população impedida de participar da vida econômica, social, artística e cultural de suas comunidades.

É principalmente para este público que a Escola de Gente trabalha. No ciclo de debates realizado ontem na Arena da Barra

Últimas notícias