Após 53 dias de espera, 136 tartarugas nasceram nesta sexta-feira na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife (RMR). Por causa da chuva, os ovos da espécie de pente, que corre risco de extinção, demoraram um pouco mais do que os esperados 45 dias para eclodir. O percurso dos filhotes até o mar acabou servindo para orientar e conscientizar as pessoas sobre os cuidados com os animais.
Por causa da areia molhada, dos 175 ovos que tinham sido postos, 28 foram infectados por fungos e não eclodiram. Outras 11 tartarugas chegaram a nascer, mas ficaram presas no ninho e acabaram morrendo. “Sabemos que, de cada mil tartarugas, só duas ou três chegam à idade adulta. Por isso é tão importante identificar e preservar esses ninhos”, ressalta Adriano Artoni, chefe do Núcleo de Meio Ambiente do município.
De acordo com o Código Ambiental Brasileiro, a multa em casos de remoção, venda ou interferência na incubação de um ninho pode chegar a R$ 5 mil por ovo danificado.
A identificação dos ninhos é feita com a ajuda de banhistas e garis que observam a presença dos animais e informam a Secretaria Executiva de Meio Ambiente de Jaboatão, que providencia o isolamento da área e acompanha a o desenvolvimento dos ovos. “Daqui a 30 anos, as tartarugas que sobreviverem vão voltar ao mesmo local onde nasceram para fazer seu próprio ninho”, explica Artoni.
Além da tartaruga de pente, também é possível encontrar no litoral de Pernambuco espécies conhecidas como verde, de couro, oliva e cabeçuda. Os filhotes que nasceram na praia de Piedade podem viver de 80 a 100 anos e irão se alimentar de algas e pequenos crustáceos.
