Proteção

Ovos de tartarugas são monitorados em Paulista

Até agora, oito ninhos estão sendo protegidos, todos cercados e identificados com placas que pedem a atenção das pessoas que passam pelo local.

Do JC Online
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Publicado em 05/02/2015 às 6:00
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Até agora, oito ninhos estão sendo protegidos, todos cercados e identificados com placas que pedem a atenção das pessoas que passam pelo local. - FOTO: Divulgação
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Se a população da cidade do Paulista não encontra uma estrutura apropriada para fazer da orla uma área de lazer, pelo menos, as tartarugas, nesse período de desova, estão sendo protegidas pelo poder público. Nesse verão, as prais de Maria Farinha e Enseadinha passaram a ser monitoradas por biólogos, com o objetivo de preservar os ovos dos répteis, muito presentes no Litora Norte de Pernambuco nessa época do ano. Além da criação dos ninhos para a proteção dos filhotes, uma campanha foi iniciada para a conscientização dos banhistas, comerciantes e pescadores.

Até agora, oito ninhos estão sendo protegidos, todos cercados e identificados com placas que pedem a atenção das pessoas que passam pelo local. Junto com essa medida, os técnicos trabalham identificando locais de risco em que as tartarugas criaram os ninhos. É o que explica o diretor da unidade de conservação da secretaria de meio ambiente, Murilo Rocha: “Tivemos um caso em que os 193 ovos foram colocados próximos da maré baixa, o que trazia riscos ao ninho e futuros filhotes poderiam ser pisoteados. Nossa ação foi de transferi-los de local e só depois fazer as proteções comuns aos demais.”

De acordo com os biólogos, os outros sete ninhos têm no mínimo 100 ovos em cada um. Eles explicam que as fêmeas escolhem o local onde nasceram para depositar os ovos, atividade realizada quase sempre à noite. Após 45 dias, os filhotes nascem e vão para o mar. A expectativa é que sejam da espécie tartaruga-pente, que quando adulta pode chegar a pesar 80 quilos.

Entre a população, a medida foi bem recebida, mas uma ação boa acaba não sendo tão comemorada quando a sensação encontrada na orla é de abandono.

Acho a iniciativa válida, mas além de cuidar das tartarugas também é preciso que se olhe para a população. Quem quiser correr à noite, por exemplo, precisa ir até Olinda, por aqui não tem nada”, lamentou a economista Daniela Barreto, 24 anos. Ela mora há 10 anos em Maria Farinha.

Além da criação dos ninhos para a proteção dos filhotes, uma campanha foi iniciada para a conscientização dos banhistas, comerciantes e pescadores, onde biólogos atuarão informando a população. “Estamos querendo incentivar multiplicadores que nos ajudem nessa missão”, destacou o secretário de Meio Ambiente do Paulista, Leslie Tavares.

Para os banhistas, atividades corriqueiras podem representar riscos ao animal e precisam ser feitas com bastante cuidado. Dentre elas, o uso de aparelhos de praia, como cadeiras e barracas. Eles podem danificar ninhos e desorientar as equipes de campo em relação à localização dos ovos, por isso é preciso observar bem a areia antes de instalar os equipamentos. A ação vai acontecer durante todo o verão intensificando o trabalho em períodos de maré alta.

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