Animal pouco conhecido no Nordeste, a lontra (Lontra longicaudis) não era identificada na região nos mapas de distribuição das espécies, elaborados pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês) e pelo Ministério do Meio Ambiente. Mas uma pesquisa feita por uma doutoranda em biologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) constatou a presença do mamífero até em áreas de caatinga, onde não havia registro oficial.
“Como é um animal semiaquático, que ocorre principalmente na mata atlântica, não esperávamos encontrá-lo em regiões mais áridas”, confessa a bióloga Patrícia Rosas Ribeiro, autora do projeto. Ela explica que resolveu pesquisar a lontra porque há poucas informações sobre esse mamífero, fato que prejudica as estratégias de conservação.
O animal é tão desconhecido que não possui sequer classificação na Lista das Espécies Ameaçadas, elaborada pelo ICMBio, órgão do Ministério do Meio Ambiente. Está enquadrado na categoria Dados Deficientes (DD). “Nossa proposta é identificar onde a lontra ocorre na região e por que para atualizar as informações”, informa Patrícia. “Talvez, num estudo futuro, possamos estimar a população.”