PRESERVAÇÃO

Projeto para proteger corais é lançado em Tamandaré

Brasil e Alemanha vão investir 11 milhões de euros até 2020 na APA Costa dos Corais e arquipélago de Abrolhos

Claudia Parente Claudia Parente
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Claudia Parente
Claudia Parente
Publicado em 18/08/2015 às 7:38
Foto: Diego nigro/JC Imagem
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A pesca irregular, a pressão do turismo imobiliário e o crescimento desordenado de cidades costeiras estão ameaçando o futuro de um grande patrimônio natural do Brasil: os belos e frágeis recifes de coral. Para garantir que as gerações futuras possam desfrutar da biodiversidade desses ecossistemas, foi lançado ontem, em Tamandaré, Litoral Sul, o Projeto TerraMar, acordo de cooperação técnica entre Brasil e Alemanha com investimento de 11 milhões de euros (R$ 42 milhões) até 2020 para proteger a APA Costa dos Corais, de Pernambuco a Alagoas, e o arquipélago de Abrolhos, entre a Bahia e Espírito Santo.

“Vamos discutir com os Estados e a sociedade como os recursos serão aplicados, nas oficinas realizadas assim que recebermos o sinal verde do governo alemão”, informou o diretor do Departamento de Zoneamento Territorial do Ministério do Meio Ambiente, Adalberto Eberhard. Ele esclareceu que os 6 milhões de euros da Alemanha (o restante é contrapartida do Brasil) não serão repassados ao governo brasileiro, mas operados pela Agência de Cooperação Internacional alemã (GIZ). “As oficinas desenham o plano e a GIZ aplica os recursos. Isso evitará burocracia e dará mais transparência ao processo”, acredita.

Antes da apresentação oficial do projeto - cuja finalidade é o ordenamento do território continental e marinho, tendo como âncora as unidades de conservação -, a chefe do Departamento de Assuntos Internacionais de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente alemão, Almuth Ostermeyer-Schloeder, fez um passeio de catamarã pela Praia dos Carneiros até a foz do Rio Arinquidá para conhecer parte da área alvo do projeto.

Foto: Diego nigro/JC Imagem
Praia dos Carneiros - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Praia dos Carneiros - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Recifes na Praia dos Carneiros - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Praia dos Carneiros - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Praia dos Carneiros - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Praia dos Carneiros - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Praia dos Carneiros - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Comitiva da Alemanha e autoridades brasileiras conhecem Praia dos Carneiros, Litoral Sul - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Recifes de corais entre Carneiros e Tamandaré - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Recifes de corais entre Carneiros e Tamandaré - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Recifes de corais entre Carneiros e Tamandaré - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Recifes de corais entre Carneiros e Tamandaré - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Recifes de corais - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Passeio de catamará ao lado dos recifes de corais - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Recifes de corais - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Corais em detalhes - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Recifes de corais - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Riqueza e biodiversidade nos ambientes de corais - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Recifes de corais - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Riqueza e biodiversidade nos ambientes de corais - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Recifes de corais - Foto: Diego nigro/JC Imagem
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Passeio na Praia dos Carneiros - Foto: Diego nigro/JC Imagem

“Tenho certeza de que a ministra (do meio ambiente da Alemanha, que não pôde vir) iria ficar encantada com a beleza desse litoral”, comentou Almuth Ostermeyer-Schloeder. Ela ressaltou que os dois países podem alcançar, juntos, as metas acordadas internacionalmente. “Queremos proteger 10% da área costeira (do Brasil) até 2020. Atualmente, só 3% estão sob proteção.” O litoral brasileiro tem 8,5 mil quilômetros de extensão.

A autoridade alemã confirmou que os recursos (ultrapassadas algumas exigências diplomáticas) já estão a disposição do País para formação de profissionais, elaboração de projetos e monitoramento da biodiversidade. “Estamos ansiosos para ver os resultados dessa experiência e esperamos que sirva de exemplo para outras partes do mundo”, disse. 

O presidente do Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Claudio Maretti, lembrou que Brasil e Alemanha já são parceiros há mais de três décadas na busca por fontes de energias renováveis e proteção das florestas. Ele enfatizou que o projeto só terá êxito se envolver todas as esferas de governo e a sociedade. 

Há muito trabalho pela frente para salvaguardar os recifes de coral. O biólogo e oceanógrafo Clemente Coelho Júnior denuncia que há uma grande pressão para transformar o manguezal em fazenda de camarão. “Já existem três no estuário do Rio Formoso”, revela. Outro problema grave é o uso de apetrechos de pesca que causam grandes prejuízos. 

O biólogo conta que alguns pescadores usam água sanitária para pegar polvo. “Onde esse produto é aplicado, não nasce mais nada”, alerta. As redes de malha fina e as redinhas para capturar caranguejos também não são seletivas e acabam pescando animais em fase de reprodução. “Enquanto essa área estiver preservada, as espécies também estarão. Mas há muita pressão no ambiente”, finaliza.

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