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Antraz está dizimando população de chimpanzés na Costa do Marfim

Bactéria causou morte de 31 dos 55 chimpanzés analisados

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Publicado em 03/08/2017 às 0:42
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Bactéria causou morte de 31 dos 55 chimpanzés analisados - FOTO: Foto: AFP / Getty Images
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O antraz, uma doença bacteriana grave geralmente associada a climas áridos, vem dizimando silenciosamente chimpanzés em uma floresta tropical da África Ocidental, e pode eliminá-los completamente, disseram pesquisadores nesta quarta-feira. 

Amostras tiradas de carcaças, ossos e moscas que se alimentam de carniça no Parque Nacional de Tai (TNP), na Costa do Marfim, entre 1989 a 2014, revelaram que o antraz causou 38% das mortes de animais - incluindo 31 dos 55 chimpanzés mortos analisados. 

Outras baixas incluíram macacos, antílopes, mangustos e um porco-espinho. 

"Nossas simulações (...) sugerem que a mortalidade induzida pelo antraz resultará em declínios determinísticos de população e na possível extirpação de chimpanzés do TNP nos próximos 150 anos", escreveu uma equipe na revista científica Nature. 

Os chimpanzés são particularmente vulneráveis ??devido à sua lenta taxa de reprodução, disseram os cientistas. 

Os pesquisadores não conseguiram determinar onde e como os animais estavam sendo infectados com um tipo de antraz identificado pela primeira vez no TNP em 2004. 

Efeitos em humanos

E eles advertiram que as infecções em macacos "são muitas vezes indicadoras de doenças que também podem afetar humanos". 

A bactéria, Bacillus cereus biovar anthracis, também causou mortes de chimpanzés, gorilas e elefantes em Camarões e na República Centro-Africana, disse a equipe. Nenhum caso de humanos afetados foi registrado. 

Anteriormente, se acreditava que os surtos de antraz eram mais comuns em ecossistemas áridos, como a savana africana, onde matam animais de caça, gado e às vezes humanos. 

Os humanos geralmente contraem a doença de animais infectados ou através da exposição a produtos animais contaminados. A bactéria pode ser contraída pela pele, boca ou inalação. 

Em sua forma mais comum, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, provoca feridas negras na pele. A bactéria não é transmitida de pessoa para pessoa. Embora potencialmente mortal, reage bem ao tratamento com antibióticos.

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