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Alunos sem aula há 26 dias em Moreno

Greve de professores afeta 8,5 mil estudantes da rede e sindicato protesta contra demissões e corte nas gratificações. Gestão justifica medida com crise financeira

Marina Barbosa
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Marina Barbosa
Publicado em 28/10/2014 às 7:58
Foto: Guga Matos/JC Imagem
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As portas do Colégio Noemi Guerra, no município de Moreno, estão fechadas há quase um mês. Todas as manhãs, crianças passam por lá com a esperança de encontrá-las abertas novamente. “Vai ter aula hoje, tio?”, pergunta Maria Carolina, 10, ao único professor encontrado na instituição. “Ainda não, volta amanhã para saber”, é a resposta de todos os dias. A situação é a mesma nas outras 31 escolas municipais da cidade da Região Metropolitana do Recife. É que os professores estão em greve desde o dia 2 de outubro por não aceitarem as demissões e o corte de gratificações determinado pela prefeitura para diminuir as despesas com o pagamento de servidores. Enquanto as negociações não avançam, os 8,5 mil alunos dos ensinos infantil e fundamental continuam em casa.

“Estou preocupada. Há semanas meus filhos não estudam, como vão passar de ano desse jeito?”, diz a dona de casa Rosineide Maria dos Santos, 37, que tem dois filhos no 5º ano do Colégio Cinco de Julho, no distrito de Bonança. Mesmo angustiada, a doméstica apoia a greve. “Sou a favor porque as escolas são péssimas. Faltam professores e manutenção. No colégio do meu filho, o banheiro está quebrado e o teto tem um buraco. Faz até medo que caia em cima dos meninos. Se não consertarem e as aulas voltarem, vou continuar preocupada mas agora com a segurança deles”, revela Rosineide. 

Foto: Guga Matos/JC Imagem
Fechadas desde o dia 2, escolas também sofrem com problemas estruturais - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Fechadas desde o dia 2, escolas também sofrem com problemas estruturais - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Fechadas desde o dia 2, escolas também sofrem com problemas estruturais - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Fechadas desde o dia 2, escolas também sofrem com problemas estruturais - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Fechadas desde o dia 2, escolas também sofrem com problemas estruturais - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Fechadas desde o dia 2, escolas também sofrem com problemas estruturais - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Fechadas desde o dia 2, escolas também sofrem com problemas estruturais - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Fechadas desde o dia 2, escolas também sofrem com problemas estruturais - Foto: Guga Matos/JC Imagem

Os problemas são apenas um indício da complicada situação do ensino em Moreno, que apresenta o menor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) entre os 14 municípios do Grande Recife: 3,2 nos anos iniciais e 2,7 nos anos finais do ensino fundamental – a maior média foi a de Jaboatão dos Guararapes: 4,3 e 3,4 respectivamente. Além das más condições físicas, as escolas sofrem com falta de material de limpeza, porteiros e professores. Esses, por sua vez, tiram do próprio bolso o dinheiro dos pilotos e papéis utilizados em sala de aula. Para fechar o quadro, a gestão da pasta mudou três vezes em menos de dois anos. 

Para o secretário de Educação, João Francisco da Costa, tudo passa pelo problema financeiro. “Sabemos que há muito o que fazer, mas não temos recursos. Quando o prefeito assumiu, encontrou R$ 12 milhões em dívidas e a folha de pagamentos estourada”, alega. Hoje, a despesa com pessoal é 70% da receita do município, percentual 16% superior ao que determina a Lei de Responsabilidade Fiscal (54%). Segundo ele, quando esses custos forem cortados, será possível investir. O problema é que as medidas tomadas para viabilizar a redução provocaram uma das greves mais longas da cidade. João Francisco é o quarto secretário de Educação desde a posse do prefeito Dilsinho Gomes, em 2012.

Leia mais na edição impressa do Jornal do Commercio desta terça-feira (28)

 

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