Ideb

Ensino médio pernambucano dá o exemplo

Os Estados de Pernambuco e São Paulo conseguiram, no ano passado, nota 3,9 no Ideb, maior até que a média do Brasil, que foi de 3,5

MARGARIDA AZEVEDO E CLEIDE ALVES
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MARGARIDA AZEVEDO E CLEIDE ALVES
Publicado em 09/09/2016 às 7:02
Foto: Guga Matos/ JC Imagem
Os Estados de Pernambuco e São Paulo conseguiram, no ano passado, nota 3,9 no Ideb, maior até que a média do Brasil, que foi de 3,5 - FOTO: Foto: Guga Matos/ JC Imagem
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As redes estaduais de ensino de Pernambuco e de São Paulo obtiveram a maior nota, no ensino médio, no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicador de qualidade aferido pelo Ministério da Educação (MEC) a cada dois anos e que vai de zero a 10. Ambas alcançaram a média 3,9 ano passado, enquanto a nota do Brasil foi 3,5. Considerando escolas públicas e privadas de ensino médio, o Estado ficou na segunda posição nacionalmente, com 4, desempenho igual ao do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. São Paulo ficou no topo, com 4,2. No País a nota foi 3,7. O MEC divulgou os dados na última quinta-feira (8).

Pernambuco se destaca também porque cumpriu a meta para 2015 no ensino médio. O outro Estado que cumpriu a meta foi o Amazonas. Enquanto o Ideb nessa etapa da educação básica não cresce no País desde 2011, em Pernambuco passou de 3,8 para 4 (a meta para 2015 era 3,9). Ao observar a meta apenas para as escolas estaduais, constata-se que somente quatro unidades federativas conseguiram chegar ao resultado estipulado pelo governo federal: Pernambuco, Piauí, Amazonas e Goiás.

Para calcular o Ideb, o MEC cruza dois dados. Um deles é a Prova Brasil, que mostra as notas dos estudantes em português e matemática num teste aplicado pelo governo federal na última série dos anos iniciais do ensino fundamental (5º ano), dos anos finais (9º ano) e na 3ª série do ensino médio. O outro é o índice de aprovação, ou seja, o percentual de alunos que passaram, ao final do respectivo ano letivo.

“Temos hoje uma escola atrativa para o ensino médio, com uma rede integral forte, programa de intercâmbio, acompanhamento de metas. Pernambuco tem a menor taxa de abandono escolar do Brasil, que vem caindo desde 2013. Ano passado foi 2,5%”, comemora o secretário de Educação de Pernambuco, Frederico Amancio. Significa que de cada cem alunos do ensino médio matriculados na rede estadual dois deixam de estudar.

O modelo de escolas integrais, que começou a ser implantado no Estado em 2004, na gestão de Jarbas Vasconcelos, e foi fortalecido a partir de 2007, com o então governador Eduardo Campos, foi citado pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, ontem, como um exemplo a ser seguido pelo restante do País. Atualmente Pernambuco tem 614 mil alunos na rede estadual, dos quais 330 mil estão no ensino médio. Desse total, são 250 mil estudando em regime integral. Há 300 colégios integrais e 35 técnicos, num universo de 1.049 escolas estaduais.

A Escola de Referência em Ensino Médio Professor Trajano de Mendonça, em Jardim São Paulo, Zona Oeste do Recife, funciona em horário semi-integral há seis anos. “Desde 2013 não registramos uma única evasão e quando um estudante começa a faltar muito, entramos logo em contato com a família”, declara o diretor Carlos Eduardo Gomes. A interação com as famílias é um dos diferenciais da unidade de ensino.

Na quinta à tarde, os 576 alunos estavam no colégio para a apresentação da Mostra de Conhecimentos, uma das atividades interdisciplinares orientadas pelos professores e que está alinhada com o que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) preconiza. “Isso estimula os jovens”, comenta Carlos Eduardo, acrescentando que há dois alunos da escola fazendo intercâmbio, um no Canadá e outro no Chile.

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