EDUCAÇÃO

Escolas de Jaboatão estão sem segurança e com problemas estruturais

Sindicato dos Professores de Jaboatão diz que há problemas em pelo menos 24 das 139 unidades de ensino da cidade

Margarida Azevedo
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Margarida Azevedo
Publicado em 23/05/2017 às 7:10
Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Pela sétima vez, só este ano, a Escola Municipal Marechal Costa e Silva, em Prazeres, Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, foi arrombada. Ladrões forçaram a grade de uma das janelas durante o fim de semana e levaram cinco ventiladores. Na Escola Municipal Expedita Helena, bairro de Guararapes, há banheiros sem porta ou descargas, fossa que transborda dentro da cozinha, telhado com infiltração, salas com pouca ventilação. Levantamento do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Jaboatão (Sinproja) mostra que em pelo menos 24 das 139 unidades da rede municipal há problemas estruturais ou de segurança.

A entidade divulgou nesta segunda-feira (22) um dossiê com imagens e fotografias dos 24 colégios visitados por membros do sindicato entre 26 de abril e 11 de maio. Segundo o presidente do Sinproja, Ronildo Oliveira, a escolha das unidades vistoriadas partiu de denúncias feitas por pais, alunos e docentes. No vídeo, há depoimentos de famílias, mestres e funcionários. O material será encaminhado para a Secretaria de Educação de Jaboatão e para o Ministério Público.

“As escolas de Jaboatão não têm porteiros. Os problemas estruturais interferem no trabalho do professor. E comprometem o aprendizado dos estudantes”, destaca Ronildo. “Queremos que a prefeitura apresente um plano de construção, reforma e manutenção das escolas. A atual gestão se preocupou em colocar a sua cor nas unidades de ensino”, observa a vice-presidente do sindicato, Eugênia Lemos.

Foto: Guga Matos/JC Imagem
Escola Costa e Silva foi arrombada sete vezes só este ano - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Ladrões entraram pela janela e roubaram cinco ventiladores - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Não porteiros nas escolas de Jaboatão - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Escola Costa e Silva foi alvo de ladrões pela sétima vez em 2017 - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Aula de educação física é feita num espaço improvisado da Escola Expedita Helena - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Na cozinha, fossa às vezes transborda - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Merendeira relata que fossa transbordou 15 dias atrás - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Banheiro com descarga quebrada na Escola Expedita Helena - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Esgoto fica bem na entrada de uma das salas de aula da Escola Expedita Helena - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Professores e alunos reclamam do calor nas salas da Escola Expedita Helena - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Pátio externo da Escola Expedita Helena serve como depósito de cadeiras e caixa' água desativada - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Imóvel onde funciona a Escola Expedita Helena é alugado - Foto: Guga Matos/JC Imagem

“Trinta e três por cento dos professores no País têm doenças inerentes à profissão. É o calor, os espaços inadequados. Que exemplo de higiene, por exemplo, vamos passar para os alunos com banheiros tão precários?”, questiona o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, que participou da divulgação do dossiê.

Na Escola Costa e Silva, os pais estão preocupados. “O medo é que roubem a escola quando estiver funcionando. Não sabemos do que os bandidos são capazes”, comenta o artesão Edilson Amaral, pai de dois alunos. “É ruim porque sem ventilador a gente fica com calor”, diz Sara Albuquerque, aluna do 4º ano.

Na Escola Expedita Helena, além da fossa na cozinha há outras duas saídas de esgoto no pequeno pátio da unidade, uma delas bem na entrada da turma da educação infantil, onde estudam crianças com 4 anos. A merendeira conta que frequentemente há baratas e escorpiões no local.

RONDA ESCOLAR

A secretária de Gestão Pedagógica de Jaboatão, Iany Jardim, informa que 30 colégios municipais foram recuperados nos cinco primeiros meses do atual governo. “As escolas estavam numa situação difícil. Houve descaso nos oito anos da gestão passada”, reclama. Até o final do ano mais 84 escolas passarão por reparos.

Sobre a segurança, Iany garante que no segundo semestre (sem estipular data) todas as unidades terão porteiros 24h. E que rondas escolares estão reforçando a segurança nos colégios.

Iany diz que rondas no entorno da Escola Costa e Silva estão sendo intensificadas e que há outras ações planejadas para a unidade.

Sobre a Escola Expedita Helena, ela assegura que a secretaria está procurando um novo imóvel pois o atual é alugado. Mas que independentemente da mudança, haverá ações para sanar os problemas da escola.

 

 

 

 

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