EDUCAÇÃO

Colégios buscam alternativas para vencer a violência escolar

Unidades de ensino apostam no diálogo para ajudar alunos e professores

Margarida Azevedo
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Margarida Azevedo
Publicado em 04/03/2018 às 5:20
Foto: Felipe Ribeiro /  JC Imagem
Unidades de ensino apostam no diálogo para ajudar alunos e professores - FOTO: Foto: Felipe Ribeiro / JC Imagem
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Escolas têm buscado alternativas para vencer os conflitos diários que surgem entre alunos, professores e funcionários das unidades. Uma das apostas é o estímulo ao diálogo.

Na Escola Municipal Nilo Pereira, em Casa Amarela, Zona Norte do Recife, a proposta é promover rodas de conversas sobre temas que interessam aos estudantes. Os debates proporcionam a abordagem de pontos de vista diversos e reflexões nos adolescentes. O colégio estreou este ano o modelo integral. Os 386 alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental estudam das 7h30 às 16h30.

“Um dos desafios é entender os jovens, que apresentam demandas muito imediatistas. Sabemos da importância de trabalhar emoções, investir nas relações. Vamos realizar, todas as sextas-feiras, conversas com os alunos. Preconceito, bullying, homofobia e violência são alguns dos temas”, explica o diretor da escola, George Pereira.

Na Escola Liceu de Artes e Ofícios, vinculada à rede estadual, a prática é realizar, sempre que surge conflito, uma mediação entre os envolvidos, a supervisão pedagógica e as famílias dos alunos. No fim é assinado um termo de compromisso, para que o combinado seja seguido.

O colégio funciona na Boa Vista, Centro do Recife, e tem 1.060 alunos do 6º ano do fundamental ao 3º ano do ensino médio. “A escola tem como papel educar. Nossa função não é punir. Buscamos, por meio do diálogo, resolver os problemas. Chamamos as partes, cada um dá sua versão para o fato até haver um entendimento. Tem dado resultado”, conta a gestora adjunta, Betânia Cordeiro. A prática vem sendo adotada há três anos.

Um dos diferenciais do Liceu é dispor de psicólogo, orientador educacional e supervisor pedagógico. Esses profissionais atuam graças a um convênio entre a escola e a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). No geral, as escolas estaduais não contam com esse suporte. “Faz muita diferença”, assegura Betânia Cordeiro.

EMOÇÕES

No Colégio Dom, que faz parte da rede privada de ensino e fica em Olinda, no Grande Recife, alunos da educação infantil ao 7º ano do fundamental têm a oportunidade de uma vez por semana trabalhar habilidades emocionais, por meio de um programa chamado Laboratório de Inteligência de Vida. O projeto foi implantado este ano.

“É uma aula sem conteúdo curricular. Abordamos sentimentos como raiva, alegria, tristeza, medo. Uma das ações é a troca de chapéu, para que o aluno se coloque no lugar do outro. Embora esteja no início do projeto, já percebo que tem contribuído para evitar conflitos”, destaca o diretor pedagógico do Dom, Arnaldo Mendonça.

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