EDUCAÇÃO

Família e escola, uma parceria que dá certo em Olinda

Escola Municipal Claudino Leal tem vários exemplos de pais que estão ajudando na rotina escolar

Margarida Azevedo
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Margarida Azevedo
Publicado em 27/05/2018 às 8:00
Foto: Leo Motta /  JC Imsgem
Escola Municipal Claudino Leal tem vários exemplos de pais que estão ajudando na rotina escolar - FOTO: Foto: Leo Motta / JC Imsgem
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Tácia Lima lê livros infantis para uma turma do 2º do ensino fundamental. Ana Carla Oliveira e Jamerson Nascimento pintam pneus velhos e cuidam do jardim. Josivaldo Pereira varre uma sala de aula e também mexe nas plantas, enquanto Marcos Paulo Santos realiza atividade extra com numa classe que está com aula vaga. Com exceção de Marcos, que é ex-aluno, os outros são pais de estudantes da Escola Municipal Claudino Leal, localizada na Cidade Tabajara, em Olinda, no Grande Recife. Voluntários, eles mostram que todos ganham quando há parceria entre família e escola

O colégio tem cerca de 700 alunos da educação infantil ao 9º ano do ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Apertamos o laço entre escola e família. Ainda é muito baixa a participação dos pais no dia a dia da escola e no acompanhamento do desempenho dos filhos. Mas buscamos cada vez mais trazer as famílias, fazê-las participar conosco”, diz a diretora da escola, Patrícua Coruso.

Partiu de Tácia o interesse em se oferecer como voluntária. Mãe de três crianças matriculadas na unidade de ensino (4, 6 e 11 anos), ela se disponibilizou para realizar alguma atividade. “Até o ano passado eles estudavam em colégio particular, mas não tive condições de continuar pagando. Fazer trabalho voluntário contribui para a escola ser melhor e me deixa mais próxima deles, posso ver de perto como estão se comportando”, ressalta Tácia.

Estudante de serviço social, ela nunca tinha atuado com contação de história. “Estou adorando a experiência. Escolho um livro de acordo com o tema que as professoras vão trabalhar naquela semana. Depois da leitura, converso com as crianças e refletimos sobre o que a história quis passar”, explica Tácia. Ela separou uma manhã e uma tarde por semana para atuar no colégio.

A comerciante Ana Carla tem dois filhos na escola (6 e 9 anos). O arte-educador Jamerson também tem crianças da mesma idade no colégio. Eles fazem parte de um pequeno grupo de pais que está coletando pneus no bairro e pintando-os para depois plantar mudas. A ideia é colocar na frente da escola, em local que a comunidade costuma deixar sujo de lixo. “Me sinto bem ajudando a escola dos meus filhos, deixando-a mais bonita”, observa Ana.

“Não adianta a gente só cobrar da diretora ou dos professores. Temos o dever de participar”, destaca Jamerson. Ele dá aulas de teatro no programa Mais Educação, do governo federal. E sempre que há algum evento na escola, o chamam para disponibilizar aparelho de som e microfones. Já o autônomo Josivaldo, pai de dois alunos (6 e 9 anos), não se furta a pegar numa vassoura para limpar sala que encontra suja. “Gosto das coisas organizadas”.

RETORNO

Marcos cursou todo os nove anos do ensino fundamental na Claudino Leal. Hoje está no 3º período do curso de letras numa faculdade particular. Duas manhãs ele está na unidade de ensino. Se falta um docente, Marcos é chamado para ocupar os estudantes. “É uma forma de retribuir o que aprendi aqui. Como estou estudando para ser professor, é uma maneira também de colocar em prática o que aprendo na faculdade”, enfatiza.

Para o secretário de Educação de Olinda, Paulo Roberto Souza, quanto mais iniciativas como essa, melhor. “Apoiamos todas as ações vindas das comunidades. Isso só fortalece o tripé escola, família e sociedade e ajuda a oferecer cada vez mais ensino de qualidade”, destaca.

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