PORTUGAL

Alunos pernambucanos em 'túnel do tempo' da colonização portuguesa no Brasil

Depois de conheceram comunidades quilombolas e indígenas em Pernambuco, alunos de Belo Jardim, no Agreste, viajam para Portugal

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Publicado em 28/10/2019 às 10:25
Foto: Divulgação/ Era Uma Vez... Brasil
Depois de conheceram comunidades quilombolas e indígenas em Pernambuco, alunos de Belo Jardim, no Agreste, viajam para Portugal - FOTO: Foto: Divulgação/ Era Uma Vez... Brasil
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Alunos de 14 escolas públicas pernambucanas embarcam em novembro para uma verdadeira viagem no tempo. Entre os dias 7 e 17 de novembro, 20 estudantes de Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, vão voltar 500 anos na história e refazer os passos da Coroa Portuguesa antes da chegada ao Brasil. Em terras lusitanas, eles e outros 35 jovens brasileiros vão poder conhecer mais sobre o povo que, junto com negros e indígenas, formou a base da cultura brasileira. 

A experiência faz parte do projeto “Era Uma Vez… Brasil”, promovido pela Origem Produções. Para chegar até o intercâmbio cultural, alunos - todos do 8º ano - e professores passaram por outras fases de atividades, incluindo vivências em aldeias indígenas e quilombolas. Fechando a inserção, os pernambucanos vão agora percorrer os caminhos feitos pela família real portuguesa em Lisboa até a vinda ao Brasil, em 1808. “Ter a oportunidade de viver o que sempre vimos apenas nos livros didáticos vai ser uma experiência sem igual. É de lá que vem a base da nossa língua, parte de nossos costumes. Ver alunos do interior, que talvez nunca tivessem uma chance de fazer um intercâmbio desse, viajando e conhecendo tantos lugares e histórias é muito gratificante”, comenta a professora de história e geografia Roseli Santos. Lecionando há 20 anos, ela está entre os cinco professores escolhidos para participar desta etapa.  

Em Lisboa, estudantes vão visitar palácios, castelos, museus, bibliotecas e universidades. Durante os passeios, ainda vão poder conversar e trocar conhecimentos com alunos portugueses da mesma idade. A ideia é que ambos entendam como os dois países estão interligados. Para a aluna Aurhea Araújo, de 13 anos, esta deve ser a parte mais interessante. “Eu nunca saí do Nordeste, do País, não conheço outras realidades além dessa. O que me deixa mais curiosa é saber se a sociedade portuguesa se parece em alguma coisa com a nossa hoje em dia”, conta. A arquitetura também é algo que chama a atenção da estudante do Centro de Excelência Municipal Professor José Vieira. “Quero muito ver os castelos, como eram os lugares que frequentavam… Já tenho em mente que era tudo bem luxuoso, mas ver pessoalmente é melhor que só ouvir a professora nas aulas de história”, brinca. 

Maria Júlya Amaral, 14, também está entre as escolhidas para conhecer Portugal. Ela admite que, de início, o foco era a viagem, mas conta que se encantou com o que conheceu próximo ao lugar onde vive. “Aprendi coisas que nunca aprenderia fora do projeto, principalmente com as vivências, os costumes dos indígenas, os negros com as lutas deles contra as escravidão… Vivi algo surreal”, conta a representante da Escola Municipal Doutor Sebastião Cabral. Para o que vem pela frente, as expectativas são as melhores. “Sei que vai ser indescritível”, acrescenta.

Era Uma Vez... Brasil

Depois que voltar, o grupo deve desenvolver atividades, com base no que foi visto lá, para solucionar problemas do dia a dia das comunidades onde vivem, atuando como agentes transformadores que instigam o sentimento de pertencimento ao lugar onde vivem. O projeto é desenvolvido desde 2011 e desde 2016, quando passou a introduzir as vivências indígenas e quilombolas, atua nas escolas pernambucanas. 

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