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Projeto que torna Paulo Freire patrono da educação pernambucana é aprovado na Alepe

O recifense Paulo Freire já é considerado patrono da educação brasileira desde 2012

Maria Lígia Barros
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Maria Lígia Barros
Publicado em 03/03/2020 às 17:01 | Atualizado em 11/03/2020 às 15:13
Foto: Agência Brasil
Agora, texto espera sanção do Executivo - FOTO: Foto: Agência Brasil

Desde 2012, Paulo Freire é considerado patrono da educação brasileira. Agora, ele caminha para ser, também, patrono da educação pernambucana. Um projeto de lei (PL) que o concede o título avança na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Nesta terça-feira (3), a redação final do texto, de autoria do deputado estadual Paulo Dutra (PSB), foi aprovado pela Casa - último trâmite no Legislativo. A partir desta quarta-feira (4), o governador Paulo Câmara (PSB) terá até 15 dias para sancioná-la.

Para Paulo Dutra, a concessão é um reconhecimento pelo trabalho que o educador desenvolveu no Estado, no País, e internacionalmente. De acordo com o parlamentar, o método freiriano vem sendo aplicado nas escolas estaduais integrais.

“Depois de 2008, as escolas integrais vieram com uma filosofia diferente, voltada para o fortalecimento do sujeito, onde você é protagonista da sua vida. Paulo Freire defende muito isso. Ele bateu muito contra a educação bancária, em que o professor é o centro do conhecimento. Ele passa a ser trabalhado junto com o aluno”, afirmou.

Ainda na sua visão, a mudança foi o que garantiu a melhora dos resultados de Pernambuco nos índices nacionais. De acordo com pesquisa do IBGE, a taxa de abandono dos estudantes do ensino médio caiu de 22 em 2007 para 1,6 em 2016 - última da série histórica.

Por que Paulo Freire é reverenciado?

Em 1963, às vésperas da intervenção militar no Governo brasileiro, o recifense Paulo Freire realizou um experimento que o consagraria definitivamente como um dos grandes nomes a nível mundial no tema educação. Em 40 horas, através da sua metodologia de ensino revolucionária, o educador alfabetizou cerca de 300 operários na cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte - ação que foi registrada por estudiosos e jornalistas do Brasil e de outros países.

Por sua obra, voltada para a politização do indivíduo, foi preso e exilado durante o período da ditadura militar, mas continuou produzindo e difundindo seu método ao redor do mundo.

Críticas

Nos últimos meses, o trabalho do filósofo voltou a ser alvo de críticas de esferas do governo federal. Em 2019, o deputado Heitor Freire, do PSL-CE, então partido do presidente Jair Bolsonaro, inscreveu um projeto de lei para revogar o título de patrono brasileiro. O PL ainda tramita na Câmara dos Deputados, aguardando designação do relator na Comissão de Educação (CE).

Em plenária, Heitor Freire disse que Paulo Freire produziu muitos analfabetos funcionais. No mesmo ano, Bolsonaro chamou o educador de “energúmeno”, em declarações em frente ao Palácio da Alvorada. “Ele foi ídolo da esquerda”.

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