RUA DA GLÓRIA

Casario ameaçado é interditado no Centro

Imóveis 169, 187 e 189 correm risco de cair e só poderão ser reocupados após intervenção na estrutura. A defesa civil fechou os prédios 171, 175 e 181 por precaução

Do JC Online
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Publicado em 27/04/2011 às 8:42
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Após vistoria na tarde de terça-feira (26), a Coordenadoria de Defesa Civil do Recife (Codecir) decidiu interditar seis imóveis localizados na Rua da Glória, no bairro da Boa Vista, área central da capital. Três deles - de números 169, 187 e 189 - correm risco de desabar e só poderão ser reocupados após intervenção na estrutura. Os proprietários foram notificados e orientados a iniciar uma reforma o quanto antes. Os outros três imóveis - de números 171, 175 e 181 - foram fechados por precaução e os moradores, obrigados a deixar o local. Na hipótese de desabamento, as casas podem ser atingidas.

No último domingo, o assoalho e o piso superior do imóvel 187 desabaram, atingindo também o 189. Ninguém ficou ferido. Ontem, técnicos da Codecir confirmaram a denúncia feita por vizinhos. A causa do rompimento foi falta de manutenção. Na vistoria, foi detectado problema na estrutura da casa 169, que está fragilizada e precisa de reparos urgentes.

O proprietário do prédio 187, o comerciante Marcos Antônio, 42 anos, acompanhou ontem o trabalho da Codecir. Ele informou que o prédio está desocupado há cinco anos. Ao ser indagado sobre a queixa da vizinhança de falta de conservação do imóvel, Marcos Antônio se mostrou contrariado. "Quem tem boca fala o que quer", retrucou. Responsável pela defesa do comerciante, o advogado Carlos Gilberto Júnior afirmou que as recomendações da prefeitura serão atendidas.

Os imóveis estão localizados numa área de preservação histórica. Por isso, os donos terão que obter uma licença na prefeitura para iniciar o processo de restauração. As características originais das edificações terão que ser mantidas.

Apesar da interdição e da notificação por parte da Codecir, um pedaço da história do Recife vai continuar sem cuidado algum. O imóvel de número 189 pertence à antiga empresa Amorim Primo e servia de depósito para material reciclável. Identificando-se como representante da firma extinta, Roberto Francisco da Rocha, 59, explicou que, como a empresa faliu, o prédio continuará com problemas estruturais.

Enquanto os imóveis não forem reparados, os vizinhos continuarão no prejuízo. Inquilina há 24 anos da casa localizada ao lado do imóvel onde ocorreu o desabamento, a advogada Maria Albeci de Albuquerque, 77, teve que deixar a residência às pressas com os três netos. "Foi um estrondo terrível. Agora, está cada um num canto, de improviso", contou. Ela habitava a casa de número 169, também interditada por falha na estrutura. O prédio pertencente à Santa Casa de Misericórdia.

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