Depois de ser destruída pelas enchentes de 2010 e 2011, Palmares, na Mata Sul pernambucana, começa a mudar de cara. Os 113 imóveis comerciais localizados entre o Rio Una e a Avenida José Américo de Miranda, a principal entrada da cidade, já foram demolidos. Além disso, a Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab) apresentou o projeto preliminar da nova orla. O empreendimento prevê a construção de um calçadão, ciclovia, pista de cooper e jardins.
A obra terá 1,1 quilômetro de extensão e aproximadamente sete metros de largura. A Cehab aguarda que a Secretaria de Recursos Hídricos termine o alargamento do rio para, depois, iniciar a construção da nova orla, que vem sendo prometida pelo governo do Estado desde a primeira enchente.
O calçadão, segundo o presidente da companhia, Nilton Mota, deve ficar pronto no fim do ano, entre outubro e novembro. “É uma obra rápida, que leva entre 90 e 120 dias para terminar. Mas precisamos aguardar a Secretaria de Recursos Hídricos terminar a parte dela para que nós possamos começar”, explicou Mota.
Segundo ele, a largura da orla – espaço entre o rio e a pista – depende do talude deixado pela secretaria. “Nosso projeto prevê sete metros de largura. Mas precisamos aguardar quanto de espaço será deixado. Falta apenas isso para o projeto ficar completamente pronto e vamos saber isso em breve. Mas não acredito que fique longe dos sete metros”, avaliou o presidente da Cehab.
Ainda esta semana, deve ser concluído o estudo topográfico para definir as medidas que a abertura da calha do Rio Una deve alcançar. A derrocagem do Rio Una atingirá as cidades de Barreiros (6 quilômetros), Água Preta (4,5 quilômetros) e Palmares (5 quilômetros). Para isso, cerca de mil imóveis ainda devem ser desocupados e demolidos nas três cidades.
O projeto prevê que ao fim do talude haverá um guarda-corpo, depois terá início o calçadão, que será de piso do tipo intertravado. A ciclovia será do mesmo piso, mas de outra cor. Entre o calçadão e a ciclovia haverá um jardim ao longo de toda a orla. As duas faixas da Avenida José Américo de Miranda permanecem no mesmo local.
Mas a pista vai ganhar faixas de pedestre nas duas faixas e que se estende até a ciclovia. À margem do rio também serão construídos bancos de concreto para contemplação do Una. Do outro lado da avenida, haverá estacionamentos com vagas para deficientes.
Para a construção da nova orla, o governo do Estado precisou negociar a saída dos comerciantes da área, tarefa que não foi fácil. Até hoje, proprietários de lojas na área reclamam do baixo valor das indenizações e a falta de pontos comerciais na cidade. Alguns desistiram de continuar no ramo e outros chegaram a se mudar para cidades vizinhas.
Nesta segunda (7), representantes do governo do Estado estiveram em três cidades atingidas pelas cheias dos últimos dois anos, onde assinaram ordens de serviço para a construção de pontes. O primeiro município visitado foi Barreiros. Lá, foi assinada ordem de serviço para a instalação de uma ponte metálica que ligará o Centro da cidade à comunidade de Prainha.
Segundo o secretário da Casa Militar, coronel Mário Cavalcanti, a ponte custará R$ 150 mil. “Essa ponte vai beneficiar duas mil pessoas, que vão reduzir em quatro quilômetros o percurso para o Centro”, explicou. Em Palmares, o coronel assinou ordem de serviço para a construção de uma ponte no valor de R$ 1,4 milhão e que vai ajudar no acesso a engenhos da região, com o objetivo de escoar a produção local.
Em Quipapá, foi autorizada a colocação de duas pontes, com valores de R$ 395 mil e R$ 170 mil. Hoje, o coronel visita as cidades de Correntes e Bom Conselho (Agreste), também para a liberação de verbas para pontes.