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Chiadeira com novo binário da Zona Norte é geral

Moradores e comerciantes garantem que a nova reengenharia complicou o trânsito

Ciara Carvalho
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Ciara Carvalho
Publicado em 11/08/2012 às 14:12
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Sete horas da manhã de uma quarta-feira. Mas poderia ser de qualquer dia útil da semana. No entorno da Praça de Parnamirim, na Zona Norte, o trânsito está travado. O que já era ruim ficou pior, na avaliação de quem circula pela região. A implantação do binário das Estradas do Encanamento e do Arraial, há 15 dias, obrigou motoristas a fazerem o que muitos tentavam evitar. Sentenciou carros e ônibus a entrarem no mesmo engarrafamento. Uma única rota de saída. Uma única via para onde convergem os veículos vindos de Casa Forte, Casa Amarela, Parnamirim e áreas vizinhas. A Rua Parnamirim, com suas três faixas, virou o desaguadouro de nada menos do que quatro importantes e movimentadas vias da Zona Norte. E o congestionamento onipresente da área o alvo número 1 das reclamações contra o novo binário.

Infográfico

Binário - 12.8.2012

O problema é a grande quantidade de carros convergindo para a praça. Todos os veículos que saem da Avenida 17 de Agosto, da Rua Desembargador Góis Cavalcante, da Estrada do Encanamento e da Rua Padre Roma (essas duas últimas transformadas em sentido único) vão parar no mesmo lugar. Com a mudança na Rua Padre Roma, o giro da Praça de Parnamirim só serve agora para quem quiser retornar para a Avenida 17 de Agosto.

Pelo projeto original, o binário da Encanamento, na verdade, tinha uma lógica bem diferente da que terminou sendo adotada. Exigia obra física, com a abertura de uma rua ligando a via até a Avenida 17 de Agosto. O projeto terminou sendo adaptado, para garantir a sua implantação. “Se fôssemos esperar a abertura da rua, ia demorar ainda mais. Nosso desafio é justamente dar soluções ao trânsito com engenharia de tráfego. Foi isso o que fizemos”, justifica a presidente da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), Maria de Pompéia.

Apesar dos protestos, a companhia garante que a quantidade de veículos circulando pela área da Praça de Parnamirim é praticamente a mesma. Arrisca dizer que pode ser até menor. Para a CTTU, a diferença é que os motoristas estão circulando com maior velocidade nas vias que deságuam na praça, como a Estrada do Encanamento e a Rua Desembargador Góis Cavalcante. A companhia diz que são cerca de 17 mil veículos transitando no binário. “Como a Encanamento ficou mais rápida, as pessoas têm a sensação de que o gargalo se acentuou na praça. Mas, na verdade, tiramos veículos de lá, transferindo parte do fluxo para a Estrada do Arraial”, afirma a presidente da CTTU.

Para complicar, o conjunto semafórico da área ajuda a reter o trânsito. “Quando o sinal da Rua Padre Roma abre, os carros saem e param 20 metros depois, em mais uma sinalização. Não tem como não engarrafar. Conseguiram complicar o que já era difícil”, diz André Buarque, 40, morador da Torre. Se a reclamação é grande no lado de Parnamirim, na outra ponta do binário, a Estrada do Arraial, as queixas continuam. A retenção dos carros começa já no cruzamento da via com a Rua Cônego Barata. O taxista Francisco Viana diz que hoje leva uma hora para deixar o filho na escola. “Antes eu gastava cerca de 20 minutos para fazer o mesmo percurso. É difícil acreditar que os engenheiros de tráfego da CTTU não estejam vendo esses problemas. Eles precisam ouvir os motoristas que circulam pela Zona Norte”, diz o taxista, morador de Casa Amarela.

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