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Rede social ajuda cidadão a fiscalizar ações do poder público

Em 7 dias de funcionamento, o Colab, abrigado no Facebook, registrou 300 denúncias, maioria ligada a mobilidade

Marcela Balbino
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Marcela Balbino
Publicado em 05/04/2013 às 6:44
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Em 7 dias de funcionamento, o Colab, abrigado no Facebook, registrou 300 denúncias, maioria ligada a mobilidade - FOTO: NE10
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Há pouco mais de uma semana, nasceu no Recife o Colab, rede social colaborativa que permite aos usuários do Facebook fiscalizar os problemas da cidade, apontar soluções e avaliar os serviços públicos do município. Só nos sete primeiros dias de funcionamento, mais de 2 mil pessoas ingressaram no site (www.colab.re) e uma média de 300 denúncias foram registradas. A mobilidade urbana, mais especificamente as questões de estacionamento e calçadas irregulares, liderou a lista de reclamações no primeiro relatório da rede. Até maio, os idealizadores pretendem atingir 20 mil usuários.

A rede é baseada em três pilares de interação. O botão “Fiscalize” permite ao cidadão apontar problemas rotineiros, como iluminação pública, coleta de lixo, defesa do consumidor, entre outros. O “Proponha” é um banco de ideias para a gestão pública. Ele funciona como um fórum através do qual os participantes colocam ideias e projetos em debate com a população. O “Avalie” é um espaço onde o cidadão dá notas para os serviços, instituições e entidades ligadas ao governo. Os projetos que a prefeitura submete à aprovação popular também são avaliados.

Um dos criadores do Colab, o publicitário Gustavo Maia, da empresa pernambucana Quick, explica que após trabalhar com marketing político, durante as últimas eleições municipais, percebeu a necessidade de criar uma ponte entre os cidadãos e o poder público. Uma ferramenta que desse vazão às contribuições e críticas daqueles que moram no Recife, cidade escolhida para receber a primeira edição do projeto. “Antes víamos muitas pessoas falando do trânsito e querendo dar soluções para a mobilidade. Propostas para construção de ciclovias e outros temas. Sentimos a necessidade de aumentar essa conexão com a cidade. Criar um espaço virtual para o cidadão colocar a opinião e o gestor público poder acessar”, explica.

Para chegar ao formato atual, alguns grupos foram ouvidos e iniciativas semelhantes, existentes no País e no mundo, serviram de inspiração. Os dados das publicações são abertos e o site, no qual serão disponibilizados os relatórios, está em fase de finalização. Além da capital pernambucana, o Colab será levado para São Paulo e Rio de Janeiro. Agora, os criadores estão em busca de parceria com algumas prefeituras, inclusive a do Recife, para desenvolver um projeto piloto. Uma das ideias sugeridas é, por exemplo, o usuário fotografa carros estacionados em local irregular, o Colab envia uma mensagem ao fiscal da CTTU mais próximo. O agente de trânsito vai ao local e aplica uma multa.

Gustavo explica que as denúncias são reunidas e direcionadas à ouvidoria dos órgãos. “Quando reclamam de cano estourado, abrimos um chamado no site da Compesa para avisar sobre o problema”, conta.

O analista de sistemas Pedro Santos, 20, ingressou na rede e acredita que a ferramenta dará visibilidade a problemas antigos que, por falta de espaço, tendiam a se perpetuar. “As redes sociais têm sido usadas para apontar problemas e irregularidades e são boas alternativas para fiscalizar. O grande problema é que elas estão descentralizadas. Entrei no Colab porque acredito que ele conseguirá agregar todos os pontos e será o principal canal para compartilhar este tipo de informação. Não temos fiscais suficientes para cobrir toda a cidade e com ferramentas desse tipo, todos são fiscais em potencial”, afirma. “Isso dificulta que um gestor público diga frases típicas, como: não atuamos antes porque não sabíamos do problema.”

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