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Exposição permanente lembra o Dom da Paz

Batinas, manuscritos, prêmios e fotografias compõem a mostra, que será inaugurada às 17h de sexta, na Igreja das Fronteiras

Cleide Alves
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Cleide Alves
Publicado em 10/04/2013 às 6:56
Foto: Igo Bione/JC Imagem
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A Igreja das Fronteiras, antiga residência do arcebispo emérito de Olinda e Recife, dom Helder Pessoa Camara (1909-1999), abre para o público uma exposição permanente do acervo do religioso, conhecido internacionalmente como o Dom da Paz. Batinas, cálices, condecorações, óculos, canetas, textos manuscritos, prêmios, títulos e fotografias compõem a mostra, que será inaugurada às 17h da próxima sexta-feira.

Na verdade, só 10% do acervo estará disponível aos visitantes. Juntando todos os objetos, o Instituto Dom Helder Camara (Idhec), responsável pela curadoria, contabiliza cerca de mil peças. A mostra ocupa o primeiro andar da igreja, na Rua Henrique Dias, Boa Vista, no Centro do Recife, e marca os 49 anos da chegada de dom Helder à capital pernambucana, como arcebispo de Olinda e Recife, em 12 de abril de 1964.

A exposição começa no corredor, onde uma linha do tempo cobre desde o nascimento até a morte de dom Helder. Cada passagem dos 90 anos de vida do arcebispo emérito é relacionada com acontecimentos importantes no Brasil e no mundo, na política, ciência e artes.

“É uma interpretação livre”, diz Antônio Carlos Montenegro, criador do painel batizado O Tempo do Dom. Ele divide com a restauradora Débora Mendes a concepção da mostra, aberta de segunda a sexta-feira, das 14h às 17h. As visitas, preferencialmente, deverão ser agendadas por telefone (3421-1076 ou 3341-5342).

Foto: Igo Bione/JC Imagem
Igreja das Fronteiras acolhe exposição de acervo de Dom Helder - Foto: Igo Bione/JC Imagem
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Igreja das Fronteiras acolhe exposição de acervo de Dom Helder - Foto: Igo Bione/JC Imagem
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Igreja das Fronteiras acolhe exposição de acervo de Dom Helder - Foto: Igo Bione/JC Imagem
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Igreja das Fronteiras acolhe exposição de acervo de Dom Helder - Foto: Igo Bione/JC Imagem
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Igreja das Fronteiras acolhe exposição de acervo de Dom Helder - Foto: Igo Bione/JC Imagem
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Igreja das Fronteiras acolhe exposição de acervo de Dom Helder - Foto: Igo Bione/JC Imagem
Foto: Igo Bione/JC Imagem
Igreja das Fronteiras acolhe exposição de acervo de Dom Helder - Foto: Igo Bione/JC Imagem
Foto: Igo Bione/JC Imagem
Igreja das Fronteiras acolhe exposição de acervo de Dom Helder - Foto: Igo Bione/JC Imagem

O corredor leva a uma sala com dez vitrines grandes e oito pequenas. Numa lateral fica o acervo religioso: batina de bispo auxiliar no Rio de janeiro, cálices presenteados pelos Papas Paulo VI e João Paulo II, cruz com a qual foi enterrado e bandeira do MST que cobriu o caixão (retirado ano passado).

Nos prêmios e diplomas, em diversos idiomas, dom Helder é apresentado como corajoso apóstolo dos pobres, religioso que lutou pela liberdade dos oprimidos e defensor da paz.

Num sistema de som, visitantes poderão ouvir crônicas gravadas por dom Helder para o programa Um olhar sobre a cidade (Rádio Olinda). “Cada dia ele abordava um assunto diferente”, diz Elizabeth Barbosa, diretora Cultural do Idhec.

Na outra lateral da sala o público verá objetos mais pessoais: o hábito branco com o qual dormia, o chinelo de viagens, guizo e o relógio que ganhou do pai. “Dom Helder gostava de dar guizos de presente, dizia que o barulhinho afastava a tristeza”, conta Elizabeth.

Um dos quadros expostos traz a palma das mãos do arcebispo emérito impressa numa placa de gesso, datado de 12 de agosto de 1999, 15 dias antes de ele morrer. “Escolhemos peças com capacidade de sintetizar para o público a importância de dom Helder”, diz Débora.

As vitrines da parte central, reservadas às condecorações e títulos, resumem bem a vida e a obra do religioso, nascido no Ceará. Dom Helder teve o reconhecimento da famosa Universidade de Sorbonne (Paris I). Mas também da Federação dos Cultos Africanos e Terreiros de Umbanda de Pernambuco e da Associação de Moradores de Bola na Rede, na Guabiraba, Zona Norte do Recife.

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