Parece mentira, mas há sete anos os comerciantes do Mercado de Cavaleiro, no bairro de mesmo nome, em Jaboatão dos Guararapes, esperam uma reforma no estabelecimento, que oferece produtos variados, entre roupas e comidas, mas não dispõe da menor qualidade na estrutura. Tudo é vendido em meio ao esgoto, que alaga a maior parte do chão.
Inaugurado em 1981, o mercado nunca passou por reforma. Antiga reivindicação da população da cidade, o projeto já foi apresentado algumas vezes, mas nunca saiu do papel. Em 2009, por exemplo, quando o senador Humberto Costa (PT) era secretário das Cidades, foi anunciada até a licitação para restauro, com prazo de entrega para dezembro de 2010. Porém, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) pediu revisão do projeto, alegando irregularidades.
Já em 2011 veio à tona nova promessa de reforma. Dessa vez a palavra era do governador, Eduardo Campos (PSB). O investimento seria de R$ 64,4 milhões, vindos do Tesouro Estadual. O projeto teria o apoio da Prefeitura de Jaboatão, com R$ 6,4 milhões. Novamente foi estipulado um prazo, dessa vez de dois anos. Até agora, não houve nem sinal de manutenção.
“Eu e meu marido precisamos desse mercado para sobreviver. Infelizmente o movimento é bem fraco, por conta da sujeira e da falta de segurança. É possível ver, a qualquer hora do dia, pessoas se drogando. Eu sei que é feio para a imagem do mercado, o que termina me prejudicando, mas não dá mais para viver assim”, desabafa a comerciante Viviane Bezerra, 34 anos, que trabalha há 17 anos no local.
A falta de escolha da vendedora se estende aos clientes. “Eu compro aqui porque, se não for no mercado eu não tenho condições. A gente tem que enfrentar lama, buracos e banheiros que não dão nem para passar por perto”, conta a aposentada Maria Silva, 80.