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Moradores de Camaragibe protestam pela terceira vez à espera de indenizações

O grupo de manifestantes interrompe o trânsito por alguns minutos para mostrar as faixas e cartazes e depois libera a passagem dos veículos

Do JC Online
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Publicado em 21/03/2014 às 9:51
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O grupo de manifestantes interrompe o trânsito por alguns minutos para mostrar as faixas e cartazes e depois libera a passagem dos veículos - FOTO: Foto: Diego Nigro/JC imagem
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Atualizada às 11h41

Pela terceira vez, moradores da comunidade de São Francisco, em Camaragibe, realizam manifestação contra o Governo do Estado. O protesto está acontecendo desde as 9h desta sexta-feira (21) em frente à Procuradoria Geral do Estado (PGE) na Rua do Sol, bairro de São José, no Centro do Recife. O grupo de manifestantes interrompe o trânsito por alguns minutos para mostrar as faixas e cartazes e depois libera a passagem dos veículos.

O grupo reivindica o pagamento da indenização referente às desapropriações na comunidade de São Francisco para realização de obras viárias da Copa do Mundo. A comunidade fica no bairro de Timbi, nas proximidades do Terminal Integrado de Camaragibe.

Além do não pagamento, os manifestantes alegam que os valores que já foram pagos pelo governo são muito baixos. "Casa que valia R$ 100 mil, o governo está pagando R$ 2 mil. Tem deficiente, idoso, criança tudo ficando sem casa", disse o manifestante Sérgio Dias à Rádio Jornal, no protesto realizado no dia 16 de dezembro de 2013.

O procurador Thiago Norões chegou para trabalhar no momento do protesto e foi abordado pelos manifestantes. Como os moradores não tinham hora marcada na agenda do procurador, ele se negou a atendê-los. Apesar de não levar ninguém à sua sala, Norões ouviu as queixas de todos e se comprometeu a conversar com um grupo de moradores na quarta-feira (26) caso o protesto se encerrasse. Depois disso, Thiago entrou na PGE e a manifestação continuou.

Em entrevista, o procurador disse que a PGE não podia responder algumas das reivindicações do grupo. Mesmo assim, ele prometeu convocar outras secretarias para a reunião da próxima semana, no esforço de sanar os problemas da comunidade.

Entretanto, os moradores rejeitaram a dada estipulada por Norões para a reunião com ele e representantes do governo. Em vez de quarta, os manifestantes querem que a reunião seja na segunda-feira (24). Eles conseguiram entrar na PGE e foram recebidos. Lá, uma comissão com 10 representantes do movimento negociam a mudança na agenda do procurador e também protocolam a entrega de uma carta resumindo o propósito do manifesto.

A dona de casa Adjailma Leandro, o pai e o irmão dela já foram indenizados pelo Estado. Por um terreno com três imóveis na Avenida Belmino Correia, eles receberam R$ 372 mil em duas parcelas. Para receber este valor, a autônoma disse ter penado entre novembro de 2013 e janeiro de 2014. Pela demora, Adjailma teve a condição do seu negócio, que é caseiro, complicada. No protesto de hoje, ela foi prestar solidariedade aos seus amigos.

Em relato, ela contou que sofreu duras humilhações no processo de desapropriação. O pai da dona de casa está doente desde novembro do ano passado por causa de uma "grosseria" dita por agentes da justiça que pediram a saída dele da casa. "Saia da casa agora que ela não é mais sua. Ela pertence ao Estado", reproduziu Adjailma a frase dita pelo representante do governo.

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