Além do mar, telhados e torres de igrejas seculares, a vista do Alto da Sé, em Olinda, revela uma densa vegetação que dá ainda mais charme ao sítio histórico da cidade. Parte dessa área verde pertence ao Horto d’El Rey, considerado o segundo mais antigo jardim botânico do País. No Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado ontem, a Prefeitura de Olinda abriu pela primeira vez o acesso ao espaço, que se tornou propriedade particular no século 19. A ação é o primeiro passo na tentativa de desapropriar os 14 hectares de mata atlântica e torná-lo mais um ponto turístico, de preservação e de pesquisa ambiental.
A visita foi possível através do diálogo com os proprietários e restrita a alunos da rede municipal, que tiveram uma aula prática sobre as espécies de fauna e flora e a história do lugar. Fundado em 1811 com o nome de Real Viveiro de Plantas, o horto era usada para pesquisar as plantas nativas, realizar a aclimatação de espécies exóticas e distribuição de mudas. Em 1842, no entanto, as atividades foram encerradas com a venda do terreno, que se tornou o Sítio dos Manguinhos, propriedade particular.
Para devolver de forma permanente o acesso para população e turistas, a gestão municipal tenta uma parceria com o Governo do Estado para desapropriar a mata. “O horto é mais que uma área de importância ambiental, mas também histórica, está inserida no contexto do Sítio Histórico, da colonização. Mas, para tornar o espaço público, precisa ser feito um estudo e criação de uma estrutura sustentável”, diz Roberval Veras, secretário de Meio Ambiente de Olinda. Segundo ele, os proprietários estão abertos ao diálogo para o venda do espaço.