Proteção

Hipódromo: um oásis protegido no Recife vertical

Lei impede a construção de arranha-céus em praticamente toda a área do aprazível bairro da Zona Norte

Renata Monteiro
Cadastrado por
Renata Monteiro
Publicado em 31/08/2014 às 7:00
Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Um bairro que parou para observar o Recife se verticalizar. Essa é a sensação que se tem ao chegar ao Hipódromo, situado na Zona Norte da capital pernambucana. O local, que praticamente não tem prédios altos e é dono de generosa área verde, fica entre a Encruzilhada e Campo Grande e tem características há muito perdidas em boa parte da cidade. O ritmo por lá é desacelerado. Os moradores, como no passado, tratam os vizinhos como parte da família. Todo mundo se conhece. As ruas são tranquilas, silenciosas, sem muita movimentação de carros. Para que carro, afinal? Melhor andar a pé, pois as calçadas são limpas e bem conservadas.

No coração do bairro, fica a Praça Tertuliano Feitosa, menina dos olhos da comunidade. Ocupando uma área de 12 mil metros quadrados, o espaço guarda uma grande variedade de espécies vegetais, como amendoeiras, mangueiras, mulungus e palmeiras. Áreas reservadas para a prática de exercícios físicos e para a diversão das crianças também não faltam. Um lago repleto de plantas aquáticas convida à contemplação e desliga do resto do mundo até os mais agitados.

“Moro no Hipódromo desde que nasci e não troco esse bairro por nada. Aqui é ótimo, seguro, tranquilo. Tem supermercado, padaria e é quase do lado do Centro da cidade. Além do mais, tem essa praça, uma das mais bonitas do Recife”, elogia o bancário Inaldo José Cavalcanti, 56 anos, um dos muitos moradores que participam, diarimente, dos jogos de baralho e dominó na praça do bairro.

Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Segundo a aposentada Eunice Costa Beltrão, 90, desde que chegou ao Hipódromo, há 50 anos, se “agradou” do local e não pensa em sair de lá. “Criei meus quatro filhos aqui e não me arrependo. A localidade é calma, sossegada e os vizinhos são muito bons. Todo mundo se respeita e ninguém incomoda ninguém.”

A antiga Vila dos Funcionários Públicos, a Vila do Hipódromo, composta por aproximadamente 200 casas erguidas no entorno da praça, é uma Zona Especial de Preservação do Patrimônio Histórico-Cultural (ZEPH), com legislação rigorosa. Os parâmetros urbanísticos de uso e ocupação do solo são bem detalhados e têm por objetivo garantir os aspectos originais dos imóveis. É por essa razão também que estabelecimentos comerciais precisam de autorização especial da prefeitura para serem implantados na área, de acordo com a Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano do Recife (Semoc).

A localidade foi transformada em ZEPH em 1979, quando as primeiras 31 zonas deste tipo foram delimitadas no Plano Diretor do Recife. As casas, que se encontram em um local onde eram realizadas competições hípicas (daí vem o nome do bairro), foram construídas entre as décadas de 1930 e 1940, com base em um conceito de cidade jardim que propunha, entre outras coisas, a ocupação de apenas 50% do lote, ficando o restante disponível para áreas verdes.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NA EDIÇÃO DESTE DOMINGO (31) DO JC

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