Enquanto muito se discute nos programas eleitorais alternativas à mobilidade urbana, a ciclovia construída na orla de Olinda ainda sofre com a demora na conclusão das obras e com o mau uso do equipamento por parte da população. Basta um passeio pelo trecho de 3,5 quilômetros entre o Bairro Novo e Casa Caiada para constatar flagrantes de motociclistas estacionando os veículos no espaço destinado às bicicletas e ciclistas invadindo o calçadão ou a avenida para desviar dos obstáculos.
De acordo com a prefeitura de Olinda, as obras de requalificação da orla continuam em ritmo normal. “Nossa previsão é entregar o serviço totalmente concluído até o final deste ano. Com isso, a população terá uma nova orla com equipamentos de lazer e ginástica, quiosques e banheiros, além de pista de cooper e ciclovia, para desfrutar”, afirma em nota. Serão investidos R$ 23 milhões, sendo R$ 20 milhões do Ministério do Turismo e R$ 3 milhões do Governo do Estado.
Mas para quem circula pelo trecho no dia a dia, a situação é diferente. “Escuto essas promessas há cinco anos. O que já foi feito está mal elaborado ou já desgastado pelo tempo”, afirma o contador aposentado Hélio Barreto, de 66 anos, morador do Bairro Novo. Para ele, a prefeitura deveria tomar como exemplo a obra realizada na beira-mar de Boa Viagem. “Em Olinda, não existe tanto espaço, mas mesmo assim a ciclovia poderia ajudar o trânsito da cidade, que já é caótico. Mas como a rota é constantemente invadida por motos ou carros, o ciclista acaba tendo que ir para a rua”, completa.
O trecho mais problemático da orla é o que fica próximo do canteiro de obras. Em Casa Caiada, é comum os ciclistas ocuparem o espaço do pedestre. Já as motos, reboques e as populares cinquentinhas utilizam a ciclovia. “Muitas vezes, tenho que subir na calçada, principalmente quando os vendedores da praia estão descarregando produtos e invadem a faixa”, conta o ajudante-geral Manoel Ferreira da Silva, 43. Mesmo com problemas, a continuidade da obra poderá ajudar a população olindense, na opinião de Manoel. “Principalmente para quem quer chegar mais rápido. Na rua, a gente tem que desviar dos carros”, lembra.