Mais velocidade ou mais segurança? Este é o dilema de quem trafega em direção à Zona Sul do Recife, no sentido Centro/subúrbio, à noite. Inaugurada parcialmente em junho, após quatro anos em obras, e inacabada até agora, a Via Mangue tem sido opção para cerca de 33 mil veículos por dia, cujos ocupantes ganham tempo considerável nos deslocamentos. Mas, junto com o benefício, vem o medo. Isso porque vários trechos dos 4,5 quilômetros da via expressa estão constantemente às escuras e muitos gradis que impedem o acesso de pedestres à pista de rolamento já foram arrancados.
Com apenas a pista oeste em funcionamento, o único jeito de se chegar à Via Mangue é pela ponte estaiada. Projetada não só com a função de mobilidade, mas também de mirante, o monumento que se tornou um dos cartões-postais do Recife, tem os postes da lateral direita quase todos apagados. Antes disso, os motoristas já começam a enfrentar a falta de iluminação sobre o Viaduto Capitão Temudo e na Ponte Paulo Guerra, no Pina. Situação que se repete ao longo do percurso até as alças que dão acesso à Avenida Fernando Simões Barbosa, Avenida General Mac Arthur e Avenida Dom João VI, na margem do Canal do Jordão, na Imbiribeira, havendo trechos onde há uma alternância entre postes com luz e outros, sem.
Circulando diariamente pela Via Mangue, o taxista Carlos Arruda resume bem o sentimento de quem utiliza o equipamento. “A gente passa no local assombrado. É tudo escuro, não tem fiscalização nem vejo câmeras de monitoramento. Só radar para multar quem tenta se proteger e passa acima da velocidade permitida, de 60 quilômetros. A sensação de insegurança aumenta com os gradis abertos. Tá do jeito que o bandido gosta”, desabafa. “Fico entristecido, pois a obra facilitou muito o trânsito na área, mas foi inaugurada às pressas e aí dá nisso”.