Estelita

Novo Recife passará por novas atualizações antes do início das obras

A aprovação do novo plano urbanístico para a região do Cais José Estelita cria nova legislação para o estabelecimento do projeto

Do JC Online
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Publicado em 05/05/2015 às 10:19
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A aprovação do novo plano urbanístico para a região do Cais José Estelita cria nova legislação para o estabelecimento do projeto - FOTO: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Após a sanção do novo plano urbanístico para a região histórica do Cais José Estelita, Cais de Santa Rita e Cabanga, na área central da cidade, pelo prefeito Geraldo Julio (PSB), na última segunda-feira (4), o projeto Novo Recife poderá ser iniciado, mas não será imediatamente. Com o novo plano, as empreiteiras ligadas ao empreendimento, que inclui a construção de 13 prédios residenciais e comerciais de 12 a 38 andares, um túnel e ciclovias, entre outras obras, devem apresentar um novo projeto, com as adequações à nova legislação.

Em entrevista à Rádio Jornal, o secretário de Desenvolvimento e Planejamento Urbano do Recife, Antônio Alexandre, explicou que a aprovação do novo plano implica no estabelecimento de novas regras para a valorização da área. "O que nós fizemos foi um movimento para atualizar a legislação da cidade do Recife no que diz respeito ao ordenamento daquele território", explicou. 

Segundo o secretário, o novo plano submete o projeto a novas regras para edificações e ocupação urbana na área que consideram os condicionantes ambientais e históricos. "As construções têm que valorizar a escala do pedestre, garantindo comércio e serviços, vamos ter a predominância de áreas públicas em relação a areas privadas", defendeu. O desenho do Novo Recife deverá conter 65% de sua área destinadas ao uso público e 35% à iniciativa privada. Confira a entrevista na íntegra:

O novo plano foi aprovado pela Câmara dos Vereadores, com 22 votos a favor, após uma sessão tumultuada na tarde da segunda. Após a aprovação, o projeto foi rapidamente enviado para o prefeito Geraldo Julio (PSB) que, apesar de se encontrar em São Paulo, sancionou o documento à distância. A decisão foi publicada na manhã desta terça-feira (5) no Diário Oficial.

PROTESTOS

Durante a tarde, integrantes do movimento Ocupe Estelita ocuparam a Câmara dos Vereadores com faixas e cartazes. O grupo, que é contrário ao Projeto Novo Recife, denuncia as irregularidades no empreendimento. A guarda municipal foi acionada e impediu os acessos à casa, barrando até a entrada da imprensa no recinto. À noite, o batalhão de choque da Polícia Militar foi acionado para retirar os manifestantes do local.

Alguns vereadores da oposição chegaram a deixar a Câmara em protesto contra a aprovação do projeto. Isabella de Roldão (PDT) denunciou que a pressa em aprovar o projeto poderia estar ligada a um ofício que chegou ontem ao gabinete da presidência. Nele, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) orienta que o projeto volte às instâncias iniciais e seja discutido por uma câmara técnica. “O projeto é precário em sua essência, pois não teve parecer de arquiteto, nem engenheiro, nem urbanista. Não se sabe o impacto que pode causar”, afirmou Isabella.

Para o secretário Antônio Alexandre, existem grupos que "desde sempre foram contra qualquer tipo de construção e ocupação naquele território", o que é debatido pela Prefeitura. "Nós temos uma opinião contrária. Pensamos que aquela area do Recife precisa ser revitalizada, evidentemente seguindo critérios que sejam sustentáveis e que garantam qualidade de vida para todos os cidadãos, mas não podemos permitir que a cidade continue num estado de degradação", explicou.

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