Após uma manhã de paralisação, a situação dos passageiros de dependem das linhas de ônibus das empresas do Recife e Região Metropolitana ainda não é certa. De acordo com o assessor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários, Genildo Pereira, os coletivos só voltam a circular às 23h30, com o bacurau. No entanto, o presidente do sindicato, Benilson Custódio, afirma que o serviço será normalizado por volta das 11h da manhã. Segundo Genildo, a adesão da categoria é de 100% desde as 4h30. "Temos que atingir 30% da frota nas ruas. Os trabalhadores estão chegando às garagens e pegando os ônibus, mas muitos ainda não conseguiram. Não temos como saber se vamos ter 50, 70 ou 30%", afirmou Benilson. Segundo a legislação vigente obriga que, em casos de greve, seja disponibilizado 30% da frota. O Grande Recife Consórcio de Transporte informou que não foi formalmente avisado sobre a paralisação.
Os coletivos não saíram das garagens na manhã desta sexta (29) deixando as paradas lotadas de passageiros em busca de transporte. O segurança Luiz Carlos Linz, 51 anos, estava no Terminal Integrado de Joana Bezerra desde as 6h10, mas não viu nenhum coletivo. "Eu concordo com a paralisação, eles tão lutando por uma causa justa, mas não nesse horário. Bem melhor que fosse como os metroviários, que estão circulando nos horários de pico", diz. A falta de coletivos também é sentida nos terminais da Macaxeira e Tancredo Neves, no Recife, além do PE-15 e Xambá, em Olinda. Com a falta de ônibus, muitas pessoas saem a pé do TI Joana Bezerra em direção à Avenida Agamenon Magalhães.
Na Avenida Conde da Boa Vista, Centro, uma das principais vias da cidade, em uma hora, apenas um ônibus da empresa Transcol foi visto circulando. O mesmo acontece nas avenidas Agamenon Magalhães, Mascarenhas de Moraes, Rui Barbosa e Conselheiro Aguiar, por exemplo. No entanto, veículos alternativos, entre eles ônibus de turismo e mototáxis, se aproveitam e oferecem transporte aos passageiros, que lotam as paradas. "Não concordo com o movimento, mas estou aproveitando para lucrar com esta situação", falou Clébson Araújo, 33 anos, que é vigilante, mas hoje está trabalha como mototaxista e, entre as 5h e 7h40, atendeu nove clientes faturando cerca de R$ 100.
Em nota, o Grande Recife Consórcio de Transporte, responsável por gerir o transporte público por ônibus da RMR, informou que irá acionar ainda nesta sexta o Ministério Público do Trabalho devido à paralisação, sem aviso prévio, por parte do Sindicato dos Rodoviários. A legislação vigente obriga que, em casos de greve, seja disponibilizado 30% da frota de ônibus para a população da RMR.
Durante a tarde, a categoria participa do protesto convocado pelas Centrais Sindicais do Estado, marcado para às 14h, em frente à Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), na Avenida Cruz Cabugá, bairro de Santo Amaro, área central do Recife.A paralisação faz parte do Dia Nacional de Paralisação e Manifestações, convocada por centrais sindicais em todo o País em protesto contra as Medias Provisórias 664 e 662 (que alteram o acesso a direitos trabalhistas) e o Projeto de Lei 4330 (que regulamenta os contratos de trabalhadores terceirizados).