Ambulantes

Primeiro shopping popular da Boa Vista começa a ser construído

Ao todo, prefeitura adquiriu quatro terrenos no Centro e quatro próximo a mercados públicos para ordenar ambulantes

Margarette Andrea
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Margarette Andrea
Publicado em 03/06/2015 às 7:23
Bobby Fabisak/JC Imagem
Ao todo, prefeitura adquiriu quatro terrenos no Centro e quatro próximo a mercados públicos para ordenar ambulantes - FOTO: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Apesar de andar a passos bem lentos, o reordenamento do comércio informal no Centro do Recife promete avanços este mês. Uma das ações para o setor se confirma nesta quarta-feira, com a demolição de duas casas existentes em terrenos adquiridos pelo município na esquina da Rua do Riachuelo com a Rua da Saudade, para construção de um pequeno shopping popular. Ao todo, 70 ambulantes do entorno serão realocados na área, que terá construção simples: piso, gradil e coberta, devendo ter investimento de R$ 500 mil e ficar pronta até o fim do ano.

Projeto de um outro shopping popular está sendo refeito para passar por licitação. Ficará entre a Rua Sete de Setembro e a Rua da Saudade e terá mil metros quadrados. Na verdade, o projeto já estava licitado. “Mas surgiu a ideia de agregar o Expresso Cidadão (do quarteirão vizinho) para atrair maior demanda, acho que compensa o atraso”, explica o secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga.

Para este shopping vão ser levados ambulantes da Avenida Conde da Boa Vista – de onde foram removidos cerca de 200 e ficaram 141 cadastrados – e de vias adjacentes que passem pelo mesmo processo. O próximo alvo desta ação é a Avenida Guararapes, que tem 80 comerciantes cadastrados, mas cerca de 300 trabalhando. “Estou enviado comunicado para que todos os não cadastrados saiam”, informa João Braga, enquanto assina as correspondências.

Outra obra voltada para o comércio informal que promete avançar é a do shopping popular do Cais de Santa Rita. Iniciada em abril de 2014 e com previsão de ter uma primeira etapa concluída no mesmo ano, a obra sofreu algumas paralisações (a última durou cinco meses) e muito atraso. “Era obra para três meses e já faz um ano e três meses. Se Deus quiser, quando ficar pronta tudo vai melhorar”, diz Sônia Silva, 58 anos, no local há 32 anos. Também irão para lá ambulantes do entorno do Mercado de São José.

A aquisição de 600 quiosques para o cais está em licitação, mas ainda falta licitar a cobertura, que terá material isotérmico para garantir uma temperatura agradável. “Tivemos muita dificuldade com recursos, pois o município precisou bancar ações que seriam custeadas pelo governo federal”, justifica Braga. “Se até setembro concluirmos esta etapa, vamos fazer a transferência, caso contrário, só em janeiro, para não ficar muito em cima do fim do ano”. Segundo ele, as obras custam em torno de R$ 4 milhões.

Numa segunda etapa, será licitado um edifício-garagem com 600 vagas e requalificado o Mercado das Flores, abandonado por boa parte dos locatários e alvo de constantes arrombamentos. Enquanto as obras não avançam, a maior parte do cais é usada para guardar veículos.

Quatro prédios anexos ao mercado, situados entre a Rua da Praia e o Cais de Santa Rita, também foram reformados, ao custo de R$ 500 mil, e estão com os boxes em licitação. Os prédios vão receber 106 barracas de ervas que pertenciam ao Mercado de São José e ficaram do lado de fora desde o incêndio de 1989.

“Nós também queremos ver a cidade organizada, bonita. Mas se não há espaço nem para os ambulantes recifenses como a prefeitura dá crachá a angolanos?”, questiona José João do Nascimento, 54, camelô da Rua da Saudade.

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