A chuva que causou transtorno ontem no Recife e Região Metropolitana deve continuar hoje, mas com menor intensidade, segundo a Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac). Só na capital pernambucana foram 200 milímetros de água acumulada nos últimos três dias, o equivalente ao previsto para metade do mês de junho. Apesar do volume, as precipitações não foram suficientes para encher a Barragem de Botafogo, que abastece as cidades de Olinda, Igarassu, Paulista e Abreu e Lima e está com apenas 14% da capacidade total de acumulação.
“O impacto dessas chuvas ainda é muito pequeno. Nossa maior preocupação é com Botafogo, que está na situação mais crítica. Em vez de aumentar, apresentou redução de 10 mil metros cúbicos de água. Estava, sexta-feira passada (19), com 14,94% e hoje (ontem) marcava 14,91%”, explica o diretor de Mercado e Atendimento da Compesa, Rômulo Aurélio Souza.
“A chuva foi boa para as Barragens de Pirapama e Duas Unas, mas não o suficiente. Pirapama está com 99,5% de capacidade acumulada e Duas Unas, 51,8%. Tem que continuar chovendo, principalmente na área norte da Região Metropolitana, para encher os reservatórios”, destaca Rômulo.
ALAGAMENTOS - Na Avenida Agamenon Magalhães, um dos principais corredores viários do Recife, uma árvore caiu nas imediações do Parque Amorim, área central, no início da manhã, bloqueando duas faixas no sentido Olinda. A Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) foi acionada e retirou a vegetação, por volta das 8h30. Como o canal transbordou, motoristas tiveram dificuldade para passar pela avenida. Outras quatro árvores caíram na capital, sem grandes prejuízos (em Santo Amaro, na Boa Vista e na Guabiraba).
Em Olinda inundações em Peixinhos, nas proximidades da Avenida Presidente Kennedy, deixaram motoristas irritados. A quantidade de lixo acumulado nos Rios Morno e Beberibe chamou a atenção de quem passou pelas imediações da Perimetral. “É vergonhoso. Falta educação às pessoas”, comentou a atendente de telemarketing Sheila Oliveira, 25.
Na Vila Vintém, Linha do Tiro, Zona Norte do Recife, moradores passaram a manhã limpando as casas. “Molhou geladeira, colchão, estante. Acordei de madrugada com a chuva”, afirmou a dona de casa Tânia Maria Ribeiro, 54, que reside às margens do Rio Morno com uma filha grávida de seis meses.
No Porto da Madeira, também Zona Norte, Valdênia Virgínia do Nascimento, 21, contou que a água atingiu meio metro de altura dentro da sua residência. “A sorte é que levantamos os móveis mais cedo, antes de alagar. Além do lixo, a maré alta também dificultou”, comentou Valdênia.
