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Orla de Olinda tem novas regras de organização

Barraqueiros respeitaram a decisão da prefeitura de não deixar material de trabalho na areia da praia, mas cobraram mais estrutura

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Publicado em 16/08/2015 às 23:09
Sérgio Bernardo/JC Imagem
Barraqueiros respeitaram a decisão da prefeitura de não deixar material de trabalho na areia da praia, mas cobraram mais estrutura - FOTO: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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No primeiro fim de semana em que entraram em vigor, as novas regras de trabalho já mostraram efeitos no comportamento dos comerciantes da orla de Olinda. No fim da tarde deste domingo, foi possível ver as normas sendo cumpridas, mesmo sem fiscalização.

Desde a última terça-feira, os barraqueiros que atuam na área estão proibidos de deixar na faixa de areia materiais como mesas, cadeiras, barracas e guarda-sol. Após as 17h, final de expediente, tudo deve ser recolhido e levado embora.

Há 22 anos trabalhando na orla de Olinda, a comerciante Angela Galega, conhecida como Galega da Praia, concorda com as regras e diz que elas ajudam na segurança do local. “Essas regras são antigas, mas somem e depois reaparecem. Mas são importantes, até mesmo para a segurança da gente e dos moradores. Porque às vezes podem se esconder ladrões nas mesas e cadeiras, à noite, por exemplo”, comenta Ângela, que em mais de duas décadas de trabalho na área sempre leva embora, ao fim do expediente, o seu material. 

Para a comerciante, no entanto, as ações da prefeitura devem ir além do recolhimento de mesas e cadeiras. Ela cobra que o município melhore as condições de trabalho na orla e de lazer para quem usufrui a praia. “Não tem energia para os barraqueiros, os sacos de lixo que a prefeitura coloca na areia não aguentam o peso. Eu que compro os meus e coloco”, conta.

A enfermeira Ângela Vilarmo, que mora no local, também reclama da falta de limpeza na orla. “Não tem lixeiro”, diz ela, que também sente falta de policiamento. “Não ando aqui com celular nem colar por medo de ser roubada”, afirma. 

Outro comerciante que também cumpriu as novas regras foi Jerônimo Bezerra. Antes mesmo das 17h, ele estava juntando o material de trabalho e colocando em carroças. “As normas são para melhorar a orla. Eu concordo”, diz. Jerônimo, no entanto, descumpria um outra regra: a de trânsito, que impede o estacionamento de reboques nas vagas de carro na orla. “Mas a prefeitura deve achar um horário ideal, um tempo limite para a gente parar para carregar e descarregar”, conta o comerciante. O prazo deve ser estabelecido amanhã, segundo o secretário de Planejamento e Controle Urbano de Olinda, Estevão Brito. 

Durante a tarde de ontem, enquanto esteve na orla, a reportagem não encontrou um fiscal da prefeitura nem agentes de trânsito. Segundo Estevão Brito, o município tem somente 22 agentes fiscalizar todo o município. Uma defasagem que deve ser corrigida com concurso público, garante ele. 

“O governo (municipal) tem essa compreensão de que precisa ampliar o quadro dos agentes de Controle Urbano. Mas com deficiência ou não, vamos intensificar a fiscalização durante a semana. E é claro que você não pode ter agente em todo os lugares”, destacou. 

As novas regras fazem parte da requalificação da orla de Olinda, numa extensão que vai do bairro Rio Doce até Casa Caiada. Até dezembro, de acordo com Estevão Brito, outras ações devem acontecer, como abertura de 11 quiosques no calçadão. Os espaços serão ocupados por comerciantes que ganharem a licitação pública.

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