Atualizado às 18h
Estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) permanecem acampados no prédio da reitoria da instituição, na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife, na manhã deste sábado (3). O grupo de manifestantes invadiu o local na sexta-feira (2), exigindo a aprovação pelo Conselho Universitário do novo Estatuto nos termos em que foi elaborado pelo Congresso Estatuinte.
Os estudantes acusam o conselho de barrar o acesso irrestrito dos dicentes para homolozagação do estatuto, que aconteceria ontem (2). Eles temem que haja retrocesso no documento.
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A Procuradoria Regional Federal da 5ª Região, que representa a UFPE, solicitou à Justiça Federal um mandado de reintegração de posse do prédio da Reitoria. O órgão atendeu a solicitou e emitiu o documento ainda na sexta. No entanto, os manifestantes se recusaram a assinar a ordem judicial e afirmam que só deixarão o local quando o impasse for solucionado.
O grupo de estudantes que ocupa a reitoria, composto por aproximadamente 40 pessoas, afirmou à reportagem da Rádio Jornal que desde sexta o fornecimento de energia, água e internet do prédio foi cortado.
Os universitários reivindicam que o novo estatuto da instituição, aprovado pelo Congresso Estatuinte em maio deste ano, seja aprovado sem nenhuma alteração por parte do Conselho Universitário, a instância máxima da UFPE. O órgão começou a apreciar na sexta a proposta do novo estatuto.
O novo documento tem a promessa de ser mais igualitário, através de uma paridade dos três principais grupos que compõem a universidade: estudantes, professores e técnicos, além de prezar pela paridade de gênero, colocando as mulheres também em igualdade pertante a participação e ocuoação de cargos.
O presidente do conselho e reitor da universidade, Anísio Brasileiro, chegou a conversar com os manifestantes sobre os encaminhamentos dados pelos conselheiros para a análise do novo estatuto, mas não conseguiu entrar em acordo quanto à saída do grupo do prédio.
O QUE DIZ A UFPE
No local neste sábado à tarde, a pró-reitora para assuntos estudantis da UFPE, Ana Cabral, afirma que já houve algumas tentativas de negociação com os estudantes que ocupam o prédio, mas o grupo não quis dialogar. Sobre a restrição da participação estudantil, ela diz que o local da reunião não comporta um público amplo e que a UFPE chegou a consultar os alunos sobre a quantidade de dicentes que pretendiam comparecer, mas o grupo apenas afirmou que não havia como prever esse quantitativo. O ideial, na avaliação da pró-reitora, era que fossem eleitos representantes para participar, já que o local não é grande.
Além disso, Ana coloca que o que aconteceria na sexta (2) não era a homologação do novo estatuto, e, sim, a entrega do texto final e apresentação do documento. Segundo ela, depois desse estágio ainda acontecerão reuniõess para analiar o material para, só depois, acontecer a homologação. "O reitor só não tem poder de obrigar todos a assinarem sem discutir", pondera.