Eletricidade

Mapa do perigo na fiação do Grande Recife

Projeto Recife por 1 fio traz locais onde há fios expostos, com risco à população

Da editoria de Cidades
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Publicado em 15/10/2015 às 9:00
Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Fios soltos pelas calçadas ou pendurados nos postes. Cabos de companhias telefônicas e de eletricidade pairando sobre pedestres no Recife e Região Metropolitana (RMR). A morte do aposentado José Luiz Francisco Xavier, de 67 anos, vítima de uma descarga elétrica de um fio de alta tensão na última segunda-feira no bairro de Vila Rica, em Jaboatão dos Guararapes, estampa o perigo que virou a rede elétrica para a segurança dos cidadãos. Para chamar atenção para o problema, o projeto 'Recife por 1 Fio', que conta com perfis no InstagramFacebook, está recrutando internautas para participar da criação de um mapa do perigo com fotos de fios soltos pela RMR.

Através da hastag #recifepor1fio, os internautas denunciam problemas nos postes em locais como Casa Amarela, Boa Viagem, Graças e Torre e colaboram com o mapa. “Nosso objetivo é alertar os pedestres, pedir mais segurança e cobrar melhoras. Temos visto vários casos de mortes e acidentes envolvendo a fiação elétrica no Grande Recife e isso gerou uma inquietação em mim. Foi desse sentimento que surgiu o projeto. É como dito em uma das postagens, depois de tantas mortes e acidentes, até quando teremos que conviver com esses problemas?”, indaga o criador da página, que preferiu não se identificar.

Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
Projeto nas redes sociais vai mostrar os fios expostos no Grande Recife e propor soluções - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Projeto nas redes sociais vai mostrar os fios expostos no Grande Recife e propor soluções - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Projeto nas redes sociais vai mostrar os fios expostos no Grande Recife e propor soluções - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Número alto de acidentes com fios soltos motivou criação de projeto que utiliza as redes sociais - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Número alto de acidentes com fios soltos motivou criação de projeto que utiliza as redes sociais - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Quantidade de fios no Recife, além de deixar a cidade feia, pode provocar acidentes - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Quantidade de fios no Recife, além de deixar a cidade feia, pode provocar acidentes - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Quantidade de fios no Recife, além de deixar a cidade feia, pode provocar acidentes - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Quantidade de fios no Recife, além de deixar a cidade feia, pode provocar acidentes - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Número alto de acidentes com fios soltos motivou criação de projeto que utiliza as redes sociais - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Número alto de acidentes com fios soltos motivou criação de projeto que utiliza as redes sociais - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Projeto nas redes sociais vai mostrar os fios expostos no Grande Recife e propor soluções - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Projeto nas redes sociais vai mostrar os fios expostos no Grande Recife e propor soluções - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Projeto nas redes sociais vai mostrar os fios expostos no Grande Recife e propor soluções - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Número alto de acidentes com fios soltos motivou criação de projeto que utiliza as redes sociais - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem

Metros e mais metros de cabos se emaranham em postes de todo o Grande Recife. Os fios de eletricidade, telefonia, televisão, se misturam ás ligações clandestinas. No Bairro de Santo Antônio, as pontas da fiação ficam soltas, no chão e perto da cabeça das pessoas. E boa parte dos transeuntes não sabem qual desses cabos traz o risco de um choque, curto circuito ou incêndio. “Todos os fios deveriam ser subterrâneos, do jeito que está eles ficam pendurados e representam perigo à população. A grande maioria da população não tem condições de identificar qual fio passa corrente”, diz o advogado José Paiva, 60 anos.

O emaranhando de fios que se amontoam nos postes também resulta na poluição visual. “No Sítio Histórico de Olinda os fios foram embutidos, transformando completamente a paisagem, e essa experiência deveria ser multiplicada. No Centro do Recife, por exemplo, os fios cobrem os casarões históricos e escondem a beleza da cidade. Nós precisamos de um reforço de fiscalização e de uma limpeza na fiação para termos cidades mais bonita e como menos risco de acidentes”, defende o administrador da página. 

Trabalhando no Bairro do Recife, rodeado de postes cobertos de fios, o vendedor Matheus Nunes, 20 anos, acredita que iniciativas como a do ‘Recife por 1 fio’ podem transformar a cidade. “O Recife é uma cidade turística, mas é preciso cobrar para que sejam realizados trabalhos de fiscalização e conscientização da população sobre os riscos das gambiarras”, completa.

FAXINA NA REDE DE DISTRIBUIÇÃO

As redes de distribuição de energia, iluminação pública e telecomunicações dos principais corredores de trânsito da Região Metropolitana do Recife estão sendo reordenados pela Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). Segundo o superintendente de operações da Celpe Saulo Cabral, o ordenamento consiste em remover dos postes as ligações clandestinas e remover os fios sem uso de telefone e TV a cabo. O serviço, intensificado no mês de maio, já percorreu mais de 30 quilômetros em avenidas como 17 de Agosto, em Casa Forte, e Dantas Barreto, no Centro, e notificou 3.500 empresas.

Na prática, o serviço diminui a poluição visual e reduz os riscos de acidentes elétricos, conforme Cabral. “Convocamos as empresas de telecomunicações que compartilham postes com a Celpe e a Emlurb para participar da ação”, afirma o superintendente. Apenas no Recife, foram removidos dos postes mais de 3 toneladas de cabos.

O texto da Lei Municipal 17.984, sancionada em janeiro de 2014 pelo prefeito Geraldo Julio (PSB), deixa clara a obrigação das empresas públicas e privadas, concessionárias de serviços públicos e prestadores de serviço que operam com cabeamento elétrico, de telecomunicações ou assemelhados, na cidade do Recife, de embutir no subsolo toda a fiação existente. A legislação, no entanto, ainda não saiu do papel. “A lei existe, mas é preciso que um projeto de implementação da lei seja apresentado e, até agora, não fomos procurados pela prefeitura para iniciar este trabalho”, explica Saulo Cabral.

O telefone de prontidão da Celpe, para dúvidas e queixas, é 0800 081 0196.

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