Violência

Aumento de homicídios em janeiro é decorrente de período de adaptação, avalia secretário

Em novembro, houve troca do comandante da Polícia Militar e, na semana passada, 19 comandantes de batalhões da PM foram substituídos

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Publicado em 12/02/2016 às 6:43
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Em novembro, houve troca do comandante da Polícia Militar e, na semana passada, 19 comandantes de batalhões da PM foram substituídos - FOTO: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Os 357 homicídios que fazem de janeiro de 2016 o mais violento dos últimos sete anos não indicam um fracasso das mudanças realizadas nas polícias civil e militar, nos últimos meses, e sim uma fase de adaptação a essas mudanças. A opinião é do secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, que adianta uma redução de 10,7% (de 130 para 116) no número de assassinatos entre os dias 1 e 10 de fevereiro em relação ao mesmo período do ano passado.

Em novembro, houve troca do comandante da Polícia Militar e, na semana passada,  19 comandantes de batalhões da PM foram substituídos. “Existe um tempo para montar uma nova equipe e isso dá um delay nas ações do Pacto”, avaliou Carvalho. Também estão em andamento transferências de delegados da Polícia Civil. “Vamos aperfeiçoar o modelo de gestão do programa”, diz o secretário, que destaca a participação do crack em boa parte dos homicídios, classificando a expansão da droga, sobretudo no interior, como uma “epidemia”.

Os números indicam que mudanças urgentes são necessárias. Em 2015 foram registradas 3.891 mortes no Estado, 457 a mais do que no ano anterior, quando foram contabilizados 3.434 homicídios. O aumento foi de 13,3% e representa  o pior resultado da história desde 2009, quando Pernambuco contabilizou 4.018 assassinatos. A meta do Pacto pela Vida é uma redução de 12% nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs). Mas as estatísticas vêm apresentando sucessivos aumentos da violência.

Uma das medidas mais esperadas para reforçar o combate à violência é a realização de concursos públicos para aumentar o efetivo das polícias civil e militar. Estão previstas contratações de 100 delegados, 500 agentes, 50  escrivães e 316 profissionais para o Instituto de Criminalística, além de 1,5 mil PMs. “Estamos concluindo esse processo e devemos lançar editar até o próximo mês”, afirma Carvalho.

Os policiais civis têm demonstrado grande insatisfação com o programa de combate à violência estadual e defendem melhor valorização dos profissionais de segurança. A categoria chegou a decretar greve no Carnaval, mas voltou atrás após a Justiça considerar o movimento ilegal e o governo se comprometer a enviar para a Assembleia Legislativa, até o dia 15, projeto que altera o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos da classe. Mas a ameaça de paralisação continua, caso a promessa não seja cumprida.

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