Acidente

Suspeito de atropelar e arrastar mulher por quilômetros, em 2010, é preso

Milena Patrícia da Silva, 23, morreu 12 dias depois do acidente, após cirurgia para amputar perna com infecção

Cidades
Cadastrado por
Cidades
Publicado em 15/03/2016 às 19:44
Tiago Calazans/JC Imagem
Milena Patrícia da Silva, 23, morreu 12 dias depois do acidente, após cirurgia para amputar perna com infecção - FOTO: Tiago Calazans/JC Imagem
Leitura:

A Polícia Civil, através da Delegacia de Capturas, apresentou, ontem, detalhes da prisão preventiva do então funcionário da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) Ernani de Carvalho Neres, 64 anos, indiciado por homicídio culposo pelo atropelamento e morte da promotora de vendas Milena Patrícia da Silva, 23, em 29 de maio de 2010.

O acidente aconteceu na BR-101 Norte, em Paratibe, na cidade de Paulista, Grande Recife, por volta das 4h30. Ernani guiava um veículo modelo CrossFox quando colidiu com a moto em que estavam Milena e seu namorado, Telmo Henrique de Moraes, então com 29 anos. O casal ia do Janga para o Recife e Telmo tentou fazer uma ultrapassagem quando houve a colisão. Ele teve ferimentos nos braços e pernas. Ela, que estava na garupa da moto, foi atingida em cheio, ficando presa debaixo do carro.

O motorista não parou após a colisão e a jovem foi arrastada por quase três quilômetros. Segundo a polícia, somente ao ser trancado por outros veículos, Ernani parou (na altura do Centro de Treinamento do Náutico, na Guabiraba), soltou a vítima debaixo do carro e fugiu, em meio à confusão. 

Milena passou 12 dias internada no Hospital da Restauração (HR) e apresentava melhoras, mas a perna direita piorou e ela precisou se submeter a uma cirurgia para amputá-la e acabou morrendo de septicemia (infecção generalizada), no dia 10 de junho.

A polícia identificou Ernani graças a imagens de câmeras de imóveis da rodovia e do registro de uma lombada eletrônica do local, que fotografou a passagem do CrossFox numa velocidade de 84 quilômetros por hora, quando o limite naquele trecho era de 60 quilômetros. Uma equipe chegou a ir até a residência dele, mas não o encontrou. No dia 3 de junho o suspeito se apresentou espontaneamente e alegou não saber que se tratava de uma pessoa presa ao veículo. Disse pensar ser uma peça que havia se soltado do carro.

Desde então, ele vinha esperando o desenrolar do processo em liberdade. No intervalo de seis anos, foram realizadas perícias nos dois veículos e a reconstituição da cena do crime, e em fevereiro deste ano foi expedido o pedido de prisão preventiva.

Segundo a delegada titular da Delegacia de Capturas, Beatriz Gibson, Ernani foi preso em sua residência no último dia 3, no bairro do Cabanga, no Recife. "Não existia nenhum mandado de prisão. Ele respondeu ao inquérito na delegacia, transformou-se em processo e foi para a Justiça, e só agora foi decretada a prisão preventiva dele", esclareceu a delegada.

Ernani foi encaminhado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel) e agora deve esperar o julgamento pelo crime de homicídio culposo e omissão de socorro.

Últimas notícias