INVERNO

Sensores vão alertar sobre deslizamentos de barreira no Recife

Equipamentos fazem parte da Operação Inverno e serão instalados na Cohab, Zona Sul da capital

Margarida Azevedo
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Margarida Azevedo
Publicado em 19/03/2016 às 7:20
Foto: Diego Nigro /  JC Imagem
Equipamentos fazem parte da Operação Inverno e serão instalados na Cohab, Zona Sul da capital - FOTO: Foto: Diego Nigro / JC Imagem
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Neste inverno, a tecnologia será aliada para ajudar na prevenção de deslizamentos de barreiras na Cohab, vizinho ao Ibura, Zona Sul do Recife. Cento e vinte sensores, semelhantes a antenas, vão ser instalados, no bairro, em pontos considerados de risco. Se houver movimentação de areia no solo, os equipamentos emitirão sinais de alerta para uma estação robotizada que ficará na Escola Estadual Lagoa Encantada. A iniciativa, realizada pela Prefeitura do Recife e governo federal, é uma das ações da Operação Inverno, lançada ontem pela gestão municipal.

“Em toda a cidade o monitoramento das áreas de risco é feito por meio de visitas de campo, onde são observados se há rachaduras, erosão, fissuras em imóveis e barreiras. A colocação de sensores vai nos permitir um monitoramento mais preciso, feito 24 horas. Teremos uma área de 2,5 quilômetros de diâmetro no entorno da escola da Vila dos Milagres que será acompanhada o tempo todo”, explica o secretário-executivo de Defesa Civil, coronel Cássio Sinomar.


O alerta, em caso de risco de deslizamento, será enviado também para o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e que fica na cidade de Cachoeira Paulista (SP). Segundo Cássio Sinomar, os sensores serão instalados no próximo mês. Ele estima que em maio começarão a funcionar. A prefeitura espera expandir a tecnologia para outros bairros, mas depende da União, que bancou os equipamentos. O município ficou responsável pela equipe técnica.

O lançamento da Operação Inverno, no Alto do Reservatório, Córrego do Jenipapo, Zona Norte do Recife, contou com a presença do prefeito Geraldo Julio e de um batalhão de funcionários da Defesa Civil, responsáveis por capinar, cortar árvores, colocar lonas e identificar pontos de risco na área. Até o final de junho, a meta da prefeitura é vistoriar cerca de 44 mil pontos de risco no município e colocar lonas em 14.500 locais (são cerca de 3,2 milhões de metros quadrados de plástico).

“Só assim para virem cortar as bananeiras e o pé de jaca que ficam atrás da minha casa. Já pedi, outras vezes, para a prefeitura colocar lona, mas disseram que estava em falta. Porque não adianta só cortar as árvores se não houver também a lona para proteger a barreira”, comentou a dona de casa Graciana Pereira da Silva, 38 anos. Ela mora no Alto do Reservatório há 18 anos com o marido e três filhos. Ficou frustrada porque até o fim da tarde técnicos da Defesa Civil não haviam colocado lona na barreira que fica ao lado da sua residência.

O prefeito destacou que além do trabalho preventivo nos morros haverá a limpeza de 99 canais. “Mobilizamos mais de 6 mil profissionais para atuarem na Operação Inverno. Faremos 250 palestras nas escolas para alertar sobre a importância de se prevenir, limparemos canais e galerias. Há ainda o acompanhamento feito pela meteorologia, que nos permite emitir alertas para a população”, observou Geraldo Julio. O investimento será de R$ 31,2 milhões (ano passado foram R$ 25 milhões).

Do efetivo, 1.816 agentes públicos atuarão de forma permanente. Outros 4.615 estarão de prontidão 24h, podendo ser acionadas em caso de emergência. A Defesa Civil disponibilizará 380 profissionais nas áreas de vistoria, engenharia, mobilização, apoio, monitoramento e acompanhamento social às famílias. Em casos de emergência, a recomendação é que os moradores liguem para o número 0800.081.3400 (ligação gratuita, com funcionamento 24h).

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