URBANISMO

Missa pela comunidade da Vila Santa Luzia

Lava-Pés será realizado no local onde incêndio destruiu casas em fevereiro

Do JC Online
Cadastrado por
Do JC Online
Publicado em 24/03/2016 às 7:02
Alexandre Gondim/JC Imagem
Lava-Pés será realizado no local onde incêndio destruiu casas em fevereiro - FOTO: Alexandre Gondim/JC Imagem
Leitura:

A situação de abandono da Vila Santa Luzia, no bairro da Torre, Zona Oeste do Recife, motivou a Arquidiocese de Olinda e Recife a realizar, hoje, na própria comunidade, a tradicional Missa de Lava-Pés. A última celebração católica antes da Páscoa[TEXTO] [/TEXTO]será conduzida pelo arcebispo dom Fernando Saburido, e será realizada na quadra da escola Creusa Barreto Dornelas Câmara, ao lado da vila, às 16h.

No último dia 3 de fevereiro, um incêndio destruiu a maior parte da Vila Santa Luzia. Pouco mais de 100 barracos fora consumidos pelas chamas, deixando cerca de 200 pessoas desabrigadas. O fogo teria sido provocado pelo descuido de uma moradora ao cozinhar, e se alastrou em menos de uma hora por toda comunidade. Não houve mortos nem feridos.

Segundo o vigário episcopal de Olinda, monsenhor Albérico Almeida, a ideia da arquidiocese é realizar as missas de Lava-Pés em locais que tenham alguma conexão com o tema da Campanha da Fraternidade daquele ano. Em 2016, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) elegeu como mote “Casa comum, nossa responsabilidade”, numa referência à questão da habitação popular. “A Vila Santa Luzia é um retrato fiel de como são precárias as condições de moradia de milhares de famílias pelo Brasil, por isso resolvemos levar a celebração até lá”, afirma.

Ainda de acordo com o vigário, a presença da Igreja na comunidade é uma forma de demonstrar solidariedade e de chamar a atenção das autoridades para o problema. “As pessoas naquele local estão vivendo em condições sub-humanas. Esperamos que haja uma solução para a questão das moradias populares”. Albérico adianta que não haverá pontos de arrecadação de donativos ou de ajuda financeira durante a missa.

Desde o dia do incêndio, pouca coisa mudou na rotina da comunidade. As cerca de 150 pessoas que foram para os dois abrigos da prefeitura – nos bairros de São José, na área central, e do Engenho do Meio, na Zona Oeste –continuam por lá. Quem conseguiu ir para as casas de parentes se vira como pode. É o caso do serralheiro Emílio Alexander,que vive com a esposa e dois filhos no que ele chama de “cubículo” na residência de um familiar. “Aqui era precário, mas era meu espaço. O pior é não ter a certeza de um dia voltar a ter uma casa”, diz ele, em meio às ruínas da ocupação.

Através de nota, a Secretaria municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade diz que vai reforçar as operações para coibir a ocupação irregular nas margens do Rio Capibaribe, na Vila Santa Luzia. “Novas ações estão sendo planejadas de forma conjunta com as secretarias executivas de Controle Urbano (Secon) e Direitos dos Animais, Brigada Ambiental, e Polícia Militar”, diz trecho da nota.

A secretaria explica que, desde fevereiro, quando houve o incêndio na área, já realizou varias investidas no local, que resultaram na retirada de mais de 30 demarcações irregulares feitas com tábuas e cercas, além de casas não habitadas. Na tarde de ontem ocorreu uma reunião entre representantes da comunidade e a secretaria de governo da prefeitura, para tratar da concessão de benefícios, mas nada ficou acertado.

 

 

Últimas notícias