Rio Capibaribe

Em duas semanas, Emlurb retira mais de 20 toneladas de lixo das margens do Rio Capibaribe

Os manguezais, que servem de berçário para várias espécies marinhas, sofrem com a quantidade de entulho trazido pela maré ou despejado irregularmente no rio

Do JC Online
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Publicado em 17/04/2016 às 7:00
Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Um ranking divulgado em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou o Rio Capibaribe como o 7º rio mais poluído do país. Quatro anos depois, o quadro parece não ter mudado muito. Basta uma pequena volta pelo Recife para notar que a poluição do rio é latente. Nas duas últimas semanas, a reportagem do JC acompanhou o mutirão montado pela Prefeitura do Recife para limpeza das margens do Capibaribe e constatou a sujeirada que predomina nas áreas de manguezal. Berçários de várias espécies marinhas, os locais acumulam todo tipo de lixo.

Mensalmente, agentes da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) realizam os mutirões. Neste mês, o primeiro ponto visitado foi o Cais da Aurora, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife. Durante uma semana, 20,3 toneladas de lixo foram recolhidas somente no trecho entre o Monumento Tortura Nunca Mais e a Ponte do Limoeiro. 

No Cais José Estelita, no bairro do Cabanga, Zona Sul do Recife, a margem do rio estava tomada pelo entulho trazido pela maré ou despejado irregularmente no local. Muita garrafa plástica, isopor e até mesmo móveis e eletrodomésticos. “O lixo e a água podre acabaram com a pescaria da gente. É arrastando peixe e arrastando lixo, assim que a gente vai vivendo”, relatou o pescador Genival do Nascimento, que há 53 anos exerce a atividade no local.

A secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife Inamara Mélo frisa a necessidade dos mutirões, mas ressalta que a recuperação do rio passa por um debate mais abrangente. “É preciso lembrar que o Capibaribe passa por 42 cidades, que despejam esgoto e poluentes em vários trechos. A recuperação é pautada em ações a curto e longo prazo e deve envolver a sociedade e o poder público”, analisa. Neste sentido, a secretária destaca o Projeto Parque Capibaribe, que prevê a recomposição de 30 km da margem do rio e a reapropriação desses espaços pelos cidadãos. 

Há 22 anos trabalhando em ações de proteção e saneamento do Capibaribe, os fundadores da ONG Recapibaribe, Socorro e André Catanhede, acreditam que os projetos de recuperação devem trabalhar o rio na sua essência. “Antes de priorizarmos navegabilidade e contemplação do rio, precisamos pensar projetos que nos permita ver o rio, pescar, tomar banho. Tratar o Capibaribe como ele realmente merece”, opina Socorro.

Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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