Mobilidade

Ministro das Cidades eleva em R$ 33 milhões orçamento do metrô do Recife

Bruno Araújo visitou Estação Central e ouviu muitas reclamações de usuários

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Publicado em 06/06/2016 às 21:04
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Bruno Araújo visitou Estação Central e ouviu muitas reclamações de usuários - FOTO: Fernando da Hora/JC Imagem
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Em visita ao metrô do Recife, nesta segunda (6), o ministro das Cidades, Bruno Araújo, anunciou um aporte de mais R$ 33 milhões para o sistema. Com isso, o orçamento deste ano passa de R$ 51 milhões para R$ 84 milhões, garantindo cobertura das contas e do serviço em vigor, pelo menos até outubro. Ele adiantou que continua em busca de mais recursos, inclusive de R$ 50,1 milhões pendentes do Sistema Estrutural Integrado (SEI), ou seja, dos usuários de ônibus que integram nas estações.

“Os recursos fazem parte das dotações previstas no início do ano, cortadas em decreto pela presidente Dilma, que conseguirmos, junto com outros ministros, reverter”, explicou Bruno Araújo. “É preciso ter foco em garantir, num primeiro momento, que haja uma sensação de mais segurança nas estações. E fiquei pessoalmente assustado com o que vi de sujeira nas saídas das estações. Há um problema orçamentário, mas, do ponto de vista de gestão, é algo que precisa ser feito, com ou sem dinheiro, de forma emergencial”.

O ministro chegou à Estação Central do Metrô por volta das 14h30 e ouviu uma série de reclamações de usuários. O comerciante Naildo Barbosa, 53 anos, observou que a visita era boa “se não for por questão política”. E chamou atenção para elevadores quebrados, lotação, sujeira, convidando o ministro para andar nos trens em horário de pico. A técnica em enfermagem Conceição Maciel, 44, lhe entregou pedido para que haja vagões separados para mulheres. “É muito assédio e a gente fica constrangida em reclamar”, salientou.

Seguido por vários candidatos às próximas eleições, o ministro subiu a escadaria até a plataforma, já que a escada rolante está quebrada. E foi hostilizado por dois usuários, que gritaram “Golpista!” e “Fora, Temer”. Outro usuário retrucou: “PT ladrão!”. E optou por viajar até a Estação Werneck, sede do metrô, junto com o maquinista. Na sede, visitou a oficina de manutenção de Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs), que tem cinco trens quebrados dos nove existentes.

Dali, se reuniu com a diretoria e funcionários do metrô. O presidente do Sindicato dos Metroviários, Diogo Morais, fez duas entregas ao ministro: um dossiê de 1,2 mil páginas relatando a situação do sistema e um manifesto, com críticas às últimas gestões. “Pessoas que não tinham nenhum conhecimento técnico”, destacou. Funcionários do órgão reforçaram o pedido para valorizá-los.

O superintendente do metrô, Leonardo Vilar, admitiu que apenas 20% dos seguranças terceirizados estão trabalhando, porque o contrato está sendo revisto. Ele não soube especificar os números, mas a última informação era de 250 vigilantes. “Vamos aumentar o efetivo e buscar um projeto mais definitivo junto à Polícia Militar, com câmeras, central de monitoramento e cultura preventiva”.

Os contratos de limpeza também estão em processo de renovação e o serviço funciona de forma emergencial. Também estão sem receber 130 funcionários das bilheterias das linhas Sul e Diesel, que ontem fecharam as bilheterias e abriram os portões para os usuários entrarem de graça. “Tudo dependia de orçamento. Antes, estávamos com uma bomba na mão e sem nenhuma perspectiva. Hoje o metrô tem esperança”, concluiu Leonardo.

O ministro também garantiu recursos para o projeto de navegabilidade do Rio Capibaribe, que prevê a implantação de sete estações de transporte de passageiros. Orçado em R$ 203,6 milhões, ele foi lançado em 2012 e está paralisado.


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