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Câmera vai monitorar Praia de Boa Viagem para evitar ataque de tubarão

Pesquisadores desenvolverão software que receberá imagens captadas por câmeras direcionadas para o mar e instaladas em postos salva-vidas

Da editoria de Cidades
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Publicado em 16/06/2016 às 6:04
Alexandre Gondim/JC Imagem
Pesquisadores desenvolverão software que receberá imagens captadas por câmeras direcionadas para o mar e instaladas em postos salva-vidas - FOTO: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) iniciou recentemente uma pesquisa para monitorar, na Praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, banhistas que estejam em áreas de risco de ataques de tubarões. Para atingir o objetivo do estudo, cinco professores da universidade e cinco alunos do curso de ciência da computação desenvolverão um software que receberá imagens captadas por câmeras direcionadas para o mar e instaladas em postos salva-vidas da orla. 

“A ideia é que o sistema emita alerta aos bombeiros quando alguém ultrapassar os arrecifes. Assim, providências podem ser tomadas para evitar ataques”, diz o professor e coordenador da pesquisa, Valmir Macário Filho, doutor em ciência da computação. “Já que a maioria dos incidentes com tubarão acontece além dos arrecifes, a hipótese é que esses casos podem diminuir com o monitoramento de banhistas.”

O professor acrescenta que o sistema será ajustado também para que se rastreiem áreas de praia sem arrecifes, mas consideradas zonas de risco. “Podemos fazer monitoramento em determinados horários e também de acordo com as fases da lua em que ocorrem mais ataques”, explica Valmir. O estudo contará com suporte dos bombeiros, que identificarão locais da Praia de Boa Viagem mais propensos a incidentes com tubarão. “Eles vão nos ajudar, por exemplo, a mapear os postos salva-vidas que deverão receber as câmeras de teste.”

O pesquisador reforça que a pesquisa apenas testará um modelo capaz de permitir que um alerta seja emitido caso algum banhista ultrapasse um perímetro considerado seguro no mar. “Nosso estudo vai criar um protótipo que, se for eficaz, pode ser reproduzido pelo governo no intuito de diminuir os riscos de ataques de tubarão.”

O projeto, financiado pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado (Facepe), será desenvolvido em 18 meses e tem custo de aproximadamente R$ 32 mil. A execução será acompanhada por relatórios. Além disso, serão realizadas visitas de técnicos aos laboratórios do Departamento de Estatística e Informática da UFRPE. O coordenador do projeto ainda participará de seminários de avaliação organizados pela Facepe e pela Secretaria de Defesa Social. “Não temos conhecimento de pesquisas, na área da ciência da computação, voltadas para o reconhecimento e rastreamento de banhistas nas praias”, diz Valmir. 

Em Pernambuco, de junho de 1992 a dezembro de 2015, foram contabilizados 61 casos de ataques de tubarão – 24 deles (quase 40% dos registros) resultaram em morte. Entre os incidentes notificados, 29 aconteceram com banhistas e 32 com surfistas. De acordo com o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), sete locais concentram os casos: Recife (27), Jaboatão dos Guararapes (21), Cabo de Santo Agostinho (6), Olinda (4), Paulista (1), Goiana (1) e Fernando de Noronha (1). 


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